Casos de estupro aumentam em novembro, aponta SSP
7.2-Mês traz alerta para a violência de gênero, com aumento nos crimes sexuais e persistência das ameaças contra mulheres Foto: Ilustração

O levantamento oficial referente ao mês de novembro, divulgado pela Secretaria de Segurança Pública (SSP), indica um cenário preocupante da violência contra a mulher na cidade, especialmente na comparação com o mesmo período do ano anterior. O principal ponto de alerta é o crime de estupro, que apresentou crescimento expressivo e se consolidou como o indicador mais negativo do mês. 

Em 2024, o município não havia registrado nenhuma ocorrência desse tipo no mês de novembro. No entanto, neste ano, seis casos foram oficialmente contabilizados, evidenciando um cenário crítico e que exige resposta imediata do poder público e da sociedade. 

Outro indicador que apresentou crescimento foi o de ameaças. No comparativo anual, os registros passaram de 24 para 27 ocorrências, o que representa um aumento de 12,5%. O dado reforça a persistência de comportamentos violentos que, muitas vezes, antecedem agressões mais graves. 

Por outro lado, alguns crimes apresentaram redução significativa. As ocorrências de lesão corporal tiveram uma queda expressiva de 68,97%, saindo de 29 registros no ano passado para nove neste ano. O feminicídio tentado também apresentou resultado positivo, com nenhuma ocorrência registrada em novembro, enquanto no mesmo mês do ano anterior havia sido contabilizado um caso. Já o feminicídio consumado permaneceu zerado nos dois períodos analisados. 

Atenção à subnotificação 

Apesar de alguns indicadores apontarem melhora, especialistas alertam que a diminuição nos números não significa, necessariamente, uma redução real da violência. A subnotificação segue sendo um dos principais desafios no enfrentamento da violência de gênero. 

Muitas vítimas ainda deixam de denunciar por medo do agressor, vergonha, dependência emocional ou financeira, além da dificuldade de acesso a redes de apoio e proteção. Essa realidade faz com que os dados oficiais não representem, de forma plena, a dimensão do problema. 

Diante disso, a análise dos indicadores deve caminhar junto com o fortalecimento de políticas públicas voltadas à prevenção, ao acolhimento das vítimas e ao incentivo à denúncia, garantindo avanços efetivos e contínuos no combate à violência contra a mulher. 

Canais de denúncia e orientação 

Casos de violência podem ser denunciados pelo número 180, da Central de Atendimento à Mulher, para situações não emergenciais. Em casos de flagrante ou urgência, a orientação é acionar o 190, da Brigada Militar. Também é possível registrar ocorrência diretamente na Delegacia da Mulher, na Delegacia de Polícia Civil mais próxima ou por meio dos canais digitais da Polícia Civil. 

É importante destacar que a violência contra a mulher não se limita às agressões físicas. Atitudes como controle financeiro, isolamento social, ofensas, humilhações, monitoramento por aplicativos e invasão de privacidade digital configuram abuso psicológico ou moral. 

Reconhecer esses sinais é essencial para interromper o ciclo de violência, mesmo quando não há marcas visíveis. Dica: Denunciar casos de violência psicológica ou digital é fundamental. O registro da ocorrência contribui para a proteção legal da vítima e ajuda a prevenir futuras agressões.