BRIANE MACHADO
Racionalidade
Atualmente, a sociedade vem se desenvolvendo através de situações que retiram o escopo do que entendemos como ponto assertivo.
Crescemos pautados no que nossos antepassados acreditavam ser certo ou, de certa forma, positivo para a educação que recebemos e, consequentemente, com a formação de caráter e opinião.
Faz parte do processo de autoconhecimento a postura crítica que passamos a adotar com o passar do tempo e através das experiências vividas por cada ser humano.
O homem, enquanto ser racional vem adotando posicionamento crítico de formas distintas em detrimento do que conhece acerca do mundo e da realidade que vem se apresentando no seu cotidiano.
Entretanto, a questão que precisamos desmistificar e que, de alguma maneira, nos equivoca enquanto seres pensadores e críticos é: somos questionadores ou problematizadores?
Se adotarmos as vertentes filosóficas para encontrarmos o viés que nos leva a formar opiniões sobre determinada temática, desenvolveremos o raciocínio através do espanto, da dúvida, do rigor e da insatisfação.
Durante a infância, o ser humano tem o hábito de desenvolver questionamentos sobre toda e qualquer coisa, tendo em vista que, tudo que é desconhecido causa curiosidade, logo, há necessidade da descoberta e do conhecimento, afinal, o seu intelecto está sendo formado, mesmo que se apresente, em um primeiro momento, de forma lúdica e simples.
Com o passar do tempo, todas as respostas que obtemos passam por aprofundamento, por racionalização e, seguindo a lógica, vamos aparando arestas, tornando os questionamentos mais requintados, com respostas mais abrangentes, o que acaba formando o rigor crítico e o desenvolvimento do intelecto, bem como das questões emocionais e de como conduziremos nossas escolhas.
Quando agimos de forma problematizadora, deixamos de observar o caráter formador, isto é, não questionamos o que nos é dito, apenas acreditamos que a interpretação que fazemos é dita como verdade absoluta, pautada nas imposições sociais e não na maneira que o caráter e o perfil questionador adotam como raiz do pensamento crítico.
A problematização, nesse contexto, advém de agravar, tornar complicada uma questão de exposição simples.
Por outro lado, se ingressarmos na temática educacional, a problematização aparece quase como um sinônimo para o questionamento.
Frisa-se que, precisamos adotar posturas mais complacentes para que as questões que nos são apresentadas diariamente sejam dirimidas de forma que contribuam para a formação e desenvolvimento do que passamos a ver como adequado, de acordo com a cultura, com os costumes, com a educação e postura social que construímos ao longo do tempo.
Nesse sentido, a problematização no sentido puro e simples da palavra, significa "tornar complicado", ou seja, foge do caráter formador de opinião.
Assim, tendo em vista as inúmeras questões que tomamos conhecimento diariamente, nos cabe o questionamento sobre a raiz da situação, sobre como iremos agregar conhecimento ou como iremos descartar a sua temática por entendermos que não acrescentará.
Com base em tudo que desenvolvemos durante a vida, podemos, inclusive, mudar a forma de pensar e, o que entendíamos como correto passa a ser visto como duvidoso ou errado.
Nunca esqueças as inúmeras vezes em que fizestes a seguinte pergunta durante a infância: Por quê?
Questione.
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