Marisele Velasques
Depois dos presos
Semana passada em reunião com representantes da educação e autoridades da nossa cidade, foi decidido que as escolas municipais não irão voltar presencialmente enquanto os professores e todos os profissionais que trabalham nelas não se vacinarem. Segundo o que foi esclarecido é que já está chegando o momento da vacinação dessas pessoas. Mas para que o dia aconteça ainda é preciso vacinar antes de todos nós os moradores de rua e apenados. Estamos depois dessas duas categorias seguidos das Forças de Segurança.
O interessante é que os moradores de rua felizmente fazem parte de um grupo menor e não menos importante, e dava para nos vacinar praticamente juntos. Já o outro grupo é bem maior e está desprovido de liberdade, isolado e não podendo receber visitas, mesmo assim a prioridade foi dada porque para alguns especialistas da área de saúde, o risco de um grande surto pode acontecer a qualquer momento e a situação poderia se tornar muito grave. Já os educadores que estão indo para a escola, seja para dar aula como nas instituições particulares, ou para entregar atividades impressas nos colégios que ainda não retomaram a presencialidade, parece para quem organizou essa ordem de vacinação, não estão correndo tanto risco.
Houve interesse de muitos governantes em pedir que a ordem fosse revista, até pela necessidade de um retorno imediato para as aulas presenciais, mas nada mudou, e mesmo assim o governo do nosso estado mandou que as aulas iniciassem imediatamente com ou sem vacinação. E para quem acompanha os noticiários já sabe que muitas instituições de ensino estão fechando suas portas por haver casos de Covid registrados entre professores, funcionários e alunos, inclusive aqui em nossa cidade, como a escola estadual na qual estudei no Ensino Médio Uruguaiana.
Já esperamos tanto para o retorno e houve outros momentos mais seguros para que isso acontecesse, agora com o hospital cheio de pacientes e com as temperaturas baixando, será que não dá para aguardar mais alguns dias? Logo chegará a nossa vez, quem sabe com alguma sobra de vacina poderia adiantar o processo. Com tantos debates e indecisões sobre nossas vidas e futuro, continuamos fazendo nosso trabalho com as ferramentas que nos são oferecidas e com as formas que conseguimos alcançar nossos alunos. Mais uma vez afirmo que a educação nunca parou, ela apenas se adaptou para aguardar o dia em que tudo voltará mais parecido como era antes.
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