URUGUAIANA JN PREVISÃO

Marisele Velasques

Sorrisos estranhos

Toda criança tem direito a ter uma família, uma casa para morar, carinho e proteção de quem cuida dela e dignidade para crescer saudável com segurança. É dever do estado e de todos os cidadãos defender e ajudar a preservar sua integridade física e psicológica, respeitando individualidades e protegendo de eventuais perigos. Existem leis que garantem tudo isso, porém, qualquer pessoa de bem não precisa procurar em papéis o que é o correto a fazer.
Mais uma vez estamos acompanhando nos jornais notícias lamentáveis de maus tratos, abusos e violências contra nossas crianças e adolescentes. Várias pesquisas apontam um crescente número de casos sendo denunciados desde o início do isolamento social. E pior que saber esses números que estão a disposição em sites do governo federal, é concluir que ainda as violações de direitos dessas vítimas, pela grande maioria seja por medo ou vergonha, nem ao menos são denunciadas. Para piorar, os agressores dificilmente são pessoas desconhecidas, ou seja, eles estão perto ou convivem na mesma casa em isolamento também.
O papel da escola e dos educadores se destaca mais uma vez, já que com as instituições de ensino fechadas, o olhar apurado desses profissionais para auxiliar e procurar ajuda, não está acontecendo. Somos acostumados a perceber diferenças de comportamentos e isso faz com que o professor procure tentar entender o que está acontecendo, e ao ser confirmada qualquer situação que fuja da normalidade, sabemos o que fazer para tentar ajudar a proteger a criança ou adolescente. Os responsáveis precisam ficar atentos a esses detalhes. Quando algo não está bem, a criança irá mandar sinais podendo ficar mais agressiva ou isolada, triste ou muito irritada, com distúrbios alimentares que pode ser o excesso de alimentos ou recusar a se alimentar. Se por acaso ela sentir segurança em falar, o adulto precisa ouvir sem julgamentos e fazer perguntas conforme o entendimento e a vontade de contar da criança.
 Mais do que um atraso na aprendizagem generalizado em nossa educação, o medo e os traumas do vírus que está destruindo famílias seja pela própria doença, pelo desemprego ou pela violência. Teremos alunos feridos na alma de volta em nossas salas de aula, pedindo socorro e agradecendo por estar de volta ao lugar que os acolhe com carinho, respeito e aprendizagem. E isso não irá acontecer só na periferia, mas em escolas particulares também. A violência doméstica e a maldade de algumas criaturas não se limitam a classe social ou intelectual, aliás, muitos rostos bonitos e sorrisos que encantam podem estar escondendo a verdadeira face de um agressor.
Cuide da sua criança!

Não querem trabalhar Anterior

Não querem trabalhar

Metodologias ativas Próximo

Metodologias ativas

Deixe seu comentário