URUGUAIANA JN PREVISÃO

Marisele Velasques

Temos que voltar

As datas para o retorno presencial já estão marcadas, algumas instituições começaram a receber seus alunos em sala de aula e outras ainda estão se preparando. Tudo sendo resolvido com ordens superiores sem ao menos ouvir os professores. Sabemos que é uma necessidade o retorno e que a educação não está alcançando de maneira efetiva todos os alunos, se destacou ainda mais a injustiça social e muitas famílias não estão conseguindo ajudar seus filhos com as atividades em casa, seja pelo trabalho, por falta de acesso tecnológico, por tempo ou dificuldades de compreender os conteúdos. Todos estão exaustos, mesmo com a vacinação parece que essa pandemia não tem fim. Basta perguntar para qualquer professor se é bom trabalhar dessa forma à distância, com certeza a resposta será não. Mesmo assim, a imunização chegou para poucos, só aqueles que possuem comorbidades.  
Já  estamos acompanhando nos noticiários que em algumas cidades do nosso estado como Caxias do Sul e Livramento, escolas estão fechando por motivo de contaminações de professores e alunos. A orientação dada é que  as famílias tem escolha de levar os filhos ou não, já para os educadores  escolher não faz parte. Sendo  que esses também tem famílias e muitos com filhos em idade escolar. Uma notícia boa é que estamos acompanhando algumas cidades gaúchas começando a vacinar os profissionais da educação, o que é mais uma esperança. Enquanto isso continuamos nos dedicando fazendo o que é possível ser feito para oferecer conhecimento aos nossos alunos, esperando que as autoridades decidam sobre nosso futuro e de nossos filhos.
Quando todas as escolas reabrirem não será só professores e alunos circulando e convivendo, toda a cidade se movimentará, nos ônibus, nas ruas com carros, motos, vans, bicicletas e a pé. A economia volta a girar, e o vírus circulará com mais facilidade. Infelizmente muitos profissionais que irão retornar para o presencial, também irão enviar seus filhos para os colégios sem ter opção de escolha, mas por necessidade. Uns se sentem seguros e fazem questão do retorno, outros desejam que a vacinação aconteça e que os números diminuam para levar eles, e mesmo assim com tanta insegurança, vai ter que deixar na escola por não ter outra opção.
Desde o início nos tiraram a liberdade de ir e vir, de trabalhar, de participar de cultos e missas, um abre e fecha desesperador, e agora até a liberdade de escolher retornar para o presencial ou continuar remoto. Mas vamos lá! Se tem coisa que professor não tem medo é de ser desafiado. Cumpre sua missão com dedicação e além dos seus limites físicos, psicológicos e financeiros. Vai para a escola com medo e tudo, já que sua opinião quase nunca é ouvida. Jamais deixamos de trabalhar e tem gente que acha que só com o retorno físico que isso irá acontecer.
Deus abençoe nossas vidas e de nossas famílias.

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