Ricardo Peró Job
Luzes & Sombras
III Império
Nosso atual e amado "Poder Moderador", diferentemente do poder moderador da época do II Império, governa, legisla, julga e prende, interferindo nas ações do Executivo e Legislativo. E o faz impunimente, pois o cerceamento do Executivo é aplaudido por boa parte da mídia prejudicada financeiramente pelo atual governo, além de contar com a aprovação das hordas saqueadoras que se locupletaram em governos anteriores. Já no caso do Legislativo, que constitucionalmente deveria tomar providências contra tais abusos, este não se move por ser refém do STF, pois centenas de deputados e uma significativa parte dos senadores respondem a processos que serão julgados pelos ministros da poderosa Corte.
III Império II
O deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança, descendente direto de Dom Pedro I, parlamentarista convicto e estudioso da época do império, diante da frase de Dias Toffoli arvorando a Suprema Corte em poder moderador, declarou: "Não era competência do Poder Moderador fazer ativismo, alterar a Constituição, criar leis ou mandar prender. O Poder Moderador era para manter a harmonia através do veto, sanção e remoção de juízes abusivos. Faltou leitura da Constituição de 1894."
Vigarice
Estamos em plena "Black Fraude", uma imitação fajuta da "Black Friday" norte-americana. Aqui no Pindorama, durante as "promoções", a maioria das lojas oferecem "descontos" para produtos que espertamente semanas antes dobraram de preço. A fraude atesta a inutilidade do Procon, sustentado com dinheiro público. Não acreditam? É só confirmarem os preços nos sites das lojas uns dez dias antes da "promoção".
Sorvete na testa
O ex-ministro do Meio-Ambiente, Ricardo Salles - exonerado a pedido em junho de 2021 após acusações de envolvimento em esquema de exportação ilegal de madeira do Brasil para o exterior - é um pândego. Salles, que começou sua carreira política como secretário particular do ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, do PSDB, num programa da manhã desta quarta-feira na Rádio Jovem Pan, saiu-se com a seguinte pérola: "... ele (Sérgio Moro) é de esquerda, ele é contra as armas, ele é a favor de droga. O Moro é comunista. Vai dizer que o Moro não é de esquerda? O Moro é um tucano.". Certamente, o próximo "comunista" apontado por Salles será o general Santos Cruz, que anunciou esta semana seu ingresso no Podemos, partido de Moro, afim de apoiá-lo em sua campanha para a Presidência da República.
Nicarágua
Três anos e meio depois dos protestos que exigiam a sua renúncia e cuja repressão deixou mais de 300 mortos, o presidente Daniel Ortega se prepara para o seu quarto mandato consecutivo dando seguimento a seus 14 anos no poder. Com seus sete principais adversários políticos presos e impedidos de participar da eleição, a "vitória eleitoral" de Ortega não foi reconhecida pela maior parte da comunidade internacional, mas no Brasil foi aplaudida pelo Partido dos Trabalhadores. Sua esposa, Rosário Murillo, a quem chama carinhosamente de "copresidenta", governará com ele.
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