URUGUAIANA JN PREVISÃO

Ricardo Peró Job

Luzes & Sombras

Desmonte 

Com jogadas cuidadosamente articuladas envolvendo até mesmo calúnias contra os participantes mais destacados da Operação Lava Jato, como o ex-juiz Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol, o inusitado grupo que reúne a esquerda nacional, o Centrão, membros do governo Bolsonaro, CNJ, PGR e até mesmo membros do STF, continua trabalhando com êxito para que a impunidade continue sendo a marca registrada do Brasil. Esta semana, atacado de maneira implacável por políticos corruptos e pela própria PGR, o chefe da Força Tarefa da Lava Jato no Paraná, o procurador federal Deltan Dallagnol, acabou se demitindo da função. Mais um triste exemplo de que no Brasil, o crime compensa e, quem mexe com os criminosos, acaba de dando mal. Triste país. 

2ª Turma de Absolvições

Enquanto isso, o STF segue soltando e absolvendo ladrões do dinheiro público e criminosos comuns. Esta semana, com os votos de Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski, a Segunda Turma do STF, conhecida pelo seu apreço aos criminosos, suspendeu a ação penal aberta contra o ministro do TCU Vital do Rêgo pela Operação Lava Jato. Edson Fachin e Cármen Lúcia votaram contra, mas como o ministro Celso de Mello está constantemente ausente por problemas de saúde, o empate favoreceu o ministro corrupto. Vital do Rêgo havia se tornado réu por corrupção e lavagem de dinheiro por decisão do juiz Luiz Antonio Bonat.  


Protegendo a própria turma

No fim de julho, o STF arquivou a abertura de inquéritos com base no acordo de delação premiada do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, com a Polícia Federal. O pedido sumário de arquivamento foi feito pelo procurador-geral da República, Augusto Aras. Entre os meses de abril e junho, o presidente do STF, Dias Toffoli, determinou os arquivamentos de três inquéritos que iriam investigar ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do Tribunal de Contas da União (TCU).


Protegendo a própria turma II

O dublê de ministro do STF e advogado de petistas enrolados em falcatruas, Ricardo Lewandowski, suspendeu as alegações finais na ação penal de 2016 que investiga o pagamento de propina da Odebrecht para seu ídolo e mentor, Luiz Inácio da Silva, o Lula, para a compra de um terreno para seu instituto. Com a ação de Lewandowski, os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro contra Lula, Roberto Teixeira e Glauco da Costa Marques prescreverão em dezembro, pois todos têm mais de 70 anos. No Brasil da impunidade, o prazo prescricional para velhinhos ladrões ou assassinos se reduz de 8 para 4 anos.


Preocupados com o Brasil

A Heckler & Koch (H&K), fabricante alemã de armas, pressionada pelo grupo denominado Associação Críticos na Alemanha, suspendeu a exportação de armamento para o Brasil. A tal Associação, que compra ações de empresas para cobrar respeito aos direitos humanos, questionou a H&K sobre a venda de armas para o Brasil, alegando que a situação política atenta contra a democracia e a violência policial é uma constante. Alegou também que a arma usada para matar a vereadora carioca Mariele Franco, foi fabricada pela H&K. Muito lindo. O problema é que, quando ainda se chamava Waffenfabrik Mauser AG, a democrática empresa era uma das que fabricava armas para o exército nazista, como sabemos, sempre preocupadíssimo com os direitos humanos. 

Racismo

A cantora Adele publicou uma foto usando tranças e um biquíni com a bandeira da Jamaica, durante o Carnaval de Notting Hill, no Reino Unido. Imediatamente a cantora começou a receber críticas pelas redes sociais por parte de supostos "fãs" norte-americanos. Adele foi acusada de apropriação cultural por ser "uma branca usando trajes característicos de uma cultura negra no Caribe". Entre outras pérolas racistas, estas se destacaram: "Você não é negra", "Você não é uma irmã caribenha", escreveram os "fãs". Em resumo, segundo estas pessoas, que pensam que os habitantes da terra devem ser divididos pela cor da pele, considerando-os de raças diferentes (já eu penso que só exista uma, a humana), também o vestuário deve ser excludente. Aqui no Brasil já tivemos tristes exemplos disto, como quando grupos radicais atacaram publicamente uma mulher branca que "ousou" usar um turbante em uma ocasião social, ou quando a cantora Fabiana Cozza, que é filha de pai negro e mãe branca, depois de duramente atacada nas redes sociais e na imprensa por ser "muito clara", foi excluída do papel para viver Dona Ivone Lara num musical sobre a vida da sambista.

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