Ricardo Peró Job
Vitória acachapante
A vitória acachapante de Ronnie Mello em Uruguaiana (72% dos votos válidos), o credenciou para disputar uma cadeira na Assembleia Legislativa nas próximas eleições, no meio de seu mandato. Fernando Tarrago, do Republicanos, com bom trânsito em todos os partidos, cumpriria os dois últimos anos de mandato, tornando-se candidato natural à sucessão. O oposicionista mais votado, delegado Epifânio, do DEM, foi elevado a candidato tardiamente. Negligenciado durante a campanha por seu mentor, deputado Eric Lins, diante de tais circunstâncias, foi até bem votado. Se mantiver seus vínculos com a cidade, poderá se credenciar como nova liderança de centro direita em Uruguaiana.
Stela
Stela Luzardo também demorou a lançar sua candidatura à Prefeitura. Vista como forte candidata à vereança até poucos meses antes da eleição e com estreitas relações com os ocupantes do Paço Municipal durante o mandato que se encerra, não foi percebida pela população como um nome de oposição. Stela também foi vítima do desgaste do bolsonarismo, apesar de seu partido ter sido abandonado pelo presidente e pelas principais lideranças do mesmo no Rio Grande do Sul.
Pesquisas
Mais uma vez, os principais institutos de pesquisas agiram como cabos eleitorais em várias cidades brasileiras, engordando índices de candidatos mimosos da grande mídia. O caso mais descarado foi o de Porto Alegre, onde chegaram a ensaiar uma vitória de Manuela D'Ávila, do PC do B, no primeiro turno. No Rio de Janeiro, tentaram levar Luiz Erundina para o segundo turno. Em ambo os casos, fracassaram.
Nanismo anunciado
O fracasso do PT nas duas últimas eleições para os governos estaduais e prefeituras, reafirma a decadência daquele que já foi o maior partido de esquerda do Brasil. Insistindo em manter como líder Luiz Inácio da Silva, o Lula, condenado por corrupção em vários processos e instância judiciais, cresce como "cola de cavalo" a cada novo pleito, sendo superado até mesmo por seus satélites, Psol e PC do B.
Vitória do centro
O Brasil realizou eleições em 5.568 municípios. Destes, 5.246 já tem prefeitos eleitos, 50 terão segundo turno. Até agora, saíram vitoriosos deste pleito conquistando mais prefeituras, MDB, com 755, PP, com 666, PSD, com 631, PSDB, com 486, DEM, com 450, PL, com 335. No total, os partidos de centro (contando com os nanicos) conquistaram 4332 prefeituras. Na esquerda, o partido que se saiu melhor foi o PDT, com 324 conquistas, seguido pelo PSB, com 245. O PT elegeu esquálidos 174 prefeitos, seguido pelo PC do B, com 45, Rede, com 5 e Psol, com 4. Somadas, a esquerda elegeu até agora 797 prefeitos nas cidades brasileiras.
Capitais
Nas vinte e seis capitais (Brasília também é considerada unidade federativa, mas não tem prefeito), até agora os partidos de esquerda não elegeram ninguém. Vão eleger um no Recife, onde a disputa do segundo turno se dará entre os primos da família Arraes, João e Marília, do PSB e PT respectivamente. Tem chances também, em São Paulo, com Boulos (Psol), Porto Alegre, com Manuela D'Ávila (PC do B), Fortaleza, com Sarto (PDT), Belém, com Edmilson Rodrigues (Psol), Aracaju, com Edvaldo (PDT), Rio Branco, com Socorro Neri (PSB), e Vitória, com João Coser (PT). Se elegesse todos, o que é bastante improvável, faria oito dos 26 prefeitos das capitais.
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