Rubens Montardo
Sérgio Moro vem aí...
A mais recente e significativa notícia no meio político nacional versa sobre o ex-juiz federal. Após seu distrato com a consultoria Alvarez & Marsal, Sérgio Moro ficou livre para filiação partidária. O Podemos pretende lançar o ex-ministro do governo Jair Bolsonaro na disputa pela Presidência da República. O partido já previa começar os preparativos para o anúncio da filiação. No fim de setembro, Moro veio ao Brasil para conversas com membros do Podemos, que reafirmou o convite para a disputa presidencial.
Caso realmente aceite entrar na disputa pelo Planalto, ele teria pela frente não apenas Bolsonaro, cujo governo integrou até abril de 2020, mas também o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que foi condenado por Moro em processos da Operação Lava Jato. Em razão disso, Lula foi preso e ficou impedido de disputar eleições. Este ano, porém, o STF (Supremo Tribunal Federal) disse que Moro foi parcial na condução dos processos e anulou suas sentenças contra Lula, o que devolveu os direitos políticos ao petista. Em pesquisa do PoderData, divulgada em 27/11, Moro aparece com 8% das intenções de voto. Em terceiro lugar, ele fica atrás de Bolsonaro, com 28%, e Lula, 35%. No Podemos, a expectativa é que, caso haja confirmação da candidatura, Moro conseguirá dobrar o índice atual "facilmente" nas pesquisas de intenção de voto. Em razão do contrato com a Alvarez & Marsal, Moro não podia fazer manifestações que fossem além de temas ligados à sua atuação na empresa. Suas mensagens mais recentes em sua página no Twitter, por exemplo, tratam de temas como combate à corrupção e improbidade administrativa. Detalhe: Dos 10 deputados federais do Podemos, três votaram a favor da PEC dos Precatórios.
Votos
Começou ontem a batalha do Governo Federal no Senado em favor da PEC dos Precatórios. Na última terça, o texto foi aprovado na Câmara em segunda votação por 323 a 172. Na primeira rodada, a oposição havia dado ao governo 24 dos 312 votos. Desta feita, apenas 14. Os dez adesistas do PSB mantiveram a sua posição. Dos 15 deputados do PDT que haviam se alinhado com o Planalto na primeira etapa, 11 mudaram de lado.
Platinada
Seguem os cortes e demissões na TV Globo. Hoje, um grande nome deixar a Globo não é surpresa. Para muitos, esse seria um sinal da crise na emissora carioca. Apenas no primeiro semestre de 2021, a Globo já cortou mais de R$ 281 milhões em salários. Ledo engano é pensar que os cortes (ou a não renovação dos contratos) estejam ligados somente aos custos. A Globo ainda tem mais de R$ 12,5 bilhões em caixa e cresceu quase R$ 1 bilhão o seu faturamento nos primeiros seis meses do ano. Até o prejuízo de R$ 144 milhões do primeiro semestre é pequeno em vista da receita anual de mais de R$ 12 bilhões. A platinada trabalha para reduzir gastos. A saída de anunciantes rumo ao digital e a migração da audiência para o streaming são um enorme problema em médio e longo prazo. Mas o modelo que a emissora adotou de pagar os artistas por obra é amplamente usado pela Netflix. E mais, Disney, WarnerMedia e praticamente todos os grandes estúdios cada vez mais adotam esse modelo. A lógica é simples, ganha quem produz. A saída de Faustão, Tiago Leifert, Lázaro Ramos, Cissa e tantos outros é apenas um indicativo dessa tendência. Os benefícios financeiros são claros. A folha diminui, assim como os encargos trabalhistas. A Globo está apenas seguindo o modelo que tornou a Netflix uma das empresas mais valiosas do mundo.
Expulsos
A direção nacional do PDT destacou que os deputados federais Alex Santana (BA), Flávio Nogueira (PI), Marlon Santos (RS), Silvia Cristina (RO) e Subtenente Gonzaga (MG) que votaram a favor da denominada PEC dos Precatórios aprovada na noite de 09/11, poderão ser expulsos da sigla. A orientação partidária era pelo voto contrário ao texto.
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