Envelhecer é um processo inevitável e cuidar de quem envelhece exige preparo técnico, paciência e empatia. Com o aumento da expectativa de vida e o envelhecimento acelerado da população brasileira, cresce também a demanda por profissionais capacitados para lidar com os desafios dessa etapa da vida. É nesse contexto que surge o II Curso para Cuidadores de Pessoas Idosas (CCPI), que será realizado nos dias 3, 13, 17 e 27/11, das 13h30 às 18h, no auditório da Unimed, localizado na Rua Santana, nº 2772. 

A formação é uma iniciativa conjunta da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) e da Prefeitura, e faz parte de um esforço mais amplo para fortalecer a rede de atenção à pessoa idosa. O curso oferece 30 horas de aprendizado e será dividido em quatro módulos temáticos que abordam tanto os aspectos técnicos quanto os emocionais e sociais do cuidado. 

O curso também propõe um debate sobre o papel do cuidador na sociedade contemporânea,  figura essencial, mas muitas vezes invisibilizada. Ao longo das aulas, os participantes são convidados a refletir sobre a dignidade e o respeito como princípios centrais do cuidado.  

A formação é gratuita e oferece certificação aos participantes que atingirem 75% de presença. Podem se inscrever familiares, cuidadores informais, profissionais da saúde e estudantes interessados em ampliar seus conhecimentos sobre o envelhecimento. 

 Conhecimento aplicado à rotina do cuidado  

Entre os conteúdos estão temas diretamente ligados à rotina de quem lida com idosos, como prevenção de lesões por pressão, uso correto e conservação de medicamentos, alimentação saudável, higiene e banho de leito. Há também foco em tópicos sensíveis, como violência contra a pessoa idosa, saúde mental, mobilidade e bem-estar na terceira idade. Cada módulo será conduzido por profissionais das áreas de saúde, enfermagem e gerontologia, garantindo uma abordagem interdisciplinar e baseada em evidências. 

Os instrutores discutem como o isolamento, o preconceito etário e a falta de políticas públicas adequadas impactam a vida de quem envelhece. Assim, o participante não apenas aprende a realizar tarefas práticas, mas também a enxergar o idoso como sujeito de direitos, com história e individualidade. 

Envelhecimento como desafio social  

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), até 2030 o número de pessoas com mais de 60 anos deve ultrapassar o de crianças e adolescentes no país. Esse cenário exige novas estratégias de cuidado, especialmente em cidades médias, onde o suporte familiar ainda é o principal pilar. Nesse sentido, o CCPI surge como uma resposta concreta a uma realidade que já se impõe: a necessidade de qualificar o cuidado doméstico e profissional, ampliando a rede de apoio às famílias.