CIC
Unipampa coordena projeto de referência em monitoramento climático

Divulgação. - A instalação do CIC deverá ocorrer junto ao Parque Tecnológico Binacional de Santana do Livramento.
A Universidade Federal do Pampa (Unipampa) será responsável pela coordenação do Centro de Inteligência Climática (CIC), projeto aprovado pelo Fundo do Plano Rio Grande (Funrigs) no eixo Governança e que receberá R$5 milhões em recursos. A iniciativa, que conta com a parceria da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e da Universidade Tecnológica do Uruguai (UTEC), foi oficializada pela Resolução nº 24/2025, publicada no Diário Oficial do Estado na última quinta-feira, 4/9.
O novo centro será instalado no Parque Tecnológico Binacional (Pates), em Santana do Livramento, e tem como meta central o desenvolvimento de estratégias para fortalecer a segurança climática, antecipar riscos, planejar territórios de maneira resiliente e apoiar políticas públicas sustentáveis. O caráter binacional, Brasil e Uruguai, e a perspectiva de atuação internacional destacam-se entre os diferenciais do projeto.
De acordo com o professor Rafael Vitoria Schmidt, coordenador do CIC e do Pates, a liberação dos recursos permitirá a aquisição de equipamentos essenciais, como sensores de monitoramento, videowall e um supercomputador para análises meteorológicas. “Nos próximos meses esperamos avançar para uma sede provisória, de onde o centro começará a operar em 2026, enquanto a estrutura definitiva do Parque Tecnológico é concluída”, explicou.
O diretor do Campus Santana do Livramento, Alexandre Vicentine Xavier, ressaltou que a proposta vai além da inovação tecnológica. Para ele, o CIC também será um espaço de educação e conscientização da sociedade sobre a necessidade de adaptação às mudanças do clima. “A participação da comunidade será crucial para que os resultados tenham impacto real”, destacou.
Monitoramento e abrangência
Na fase inicial, o CIC terá como foco a detecção e análise de fenômenos climáticos extremos, como estiagens, temporais e granizo. Os dados coletados serão utilizados para mitigar prejuízos em setores produtivos e serviços essenciais.
A rede de monitoramento será descentralizada, abrangendo municípios da Campanha, da Fronteira Oeste gaúcha e regiões estratégicas do Uruguai. Isso permitirá acompanhar os efeitos do clima em áreas agrícolas e pecuárias, como vinhedos, olivais, parques eólicos, rebanhos bovinos e ovinos.
Parcerias e perspectivas
Assim como ocorre com o Pates, a Unipampa será a gestora da implantação, mas a participação da UFSM e da UTEC será decisiva para ampliar a base científica, tecnológica e de transferência de conhecimento para governos, empresas e comunidades.
Xavier reforça que o projeto nasceu do diálogo com a população local e de parcerias institucionais diversas. “Essas iniciativas demonstram como ensino e pesquisa podem caminhar juntos para oferecer soluções regionais de impacto direto. A fronteira ganha não apenas infraestrutura, mas também capacidade de resposta frente às mudanças climáticas”, concluiu.
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