Mesmo com a alta constante do cacau que, segundo levantamento da Bolsa de Valores de Nova York, teve um aumento de 190% nos últimos dois anos, o período de Páscoa deve aquecer o mercado, especialmente as vendas de chocolates. 

O acréscimo do preço do cacau ainda não impactou o consumo de chocolates dentro do lar, que segue positivo no Brasil, e a expectativa é de que a data repita o feito do ano passado, quando o setor registrou aumento nas vendas. As opções mais econômicas como chocolates em barra e caixas de variedades devem seguir em alta este ano. 

Em Uruguaiana, o comércio, incluindo as lojas francas, projeta crescimento de vendas durante a sazonalidade. Segundo o presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Uruguaiana Sindilojas, Paulo Locateli, o setor vive um momento, desde o ano passado, de crescimento de vendas em datas comemorativas, sobretudo, na Páscoa, ressalta. Locatelli também acrescentou que em 2024, o comércio local registrou um aumento de 2,8% no período. O Sindilojas projeta aumento de 3% para essa temporada. 

O cenário é mais promissor para os freeshops. Por conta da isenção de impostos, as lojas francas sentem menos o aumento do cacau. De acordo com o supervisor comercial do Central Free Shop, Fernando Lemos, durante o ano de 2024 as vendas aumentaram em 50% a partir da Páscoa do ano passado. 

Por conta dos resultados anteriores, a loja resolveu investir o triplo em seu estoque de chocolates neste ano. O foco principal dessa iniciativa, segundo Lemos, é diversificar as opções, ofertando produtos para diferentes públicos, como chocolates com brinquedos para crianças e com porcentagem maior de cacau para os consumidores que se interessam por produtos de alto padrão. 

Outro diferencial ressaltado por Lemos é a montagem de cestas personalizadas, ao combinar outros artigos, como vinhos, champanhes e perfumes com os chocolates, visando proporcionais uma experiência diferenciada para o cliente. Além disso, um dos fatores que aquece as vendas dos Free Shops Uruguaianenses é a alta recepção de consumidores argentinos, que compõem 50% do público das duas lojas do Central, segundo Lemos, seguidos pelos moradores de Uruguaiana e turistas vindos de diversas partes do Brasil que, juntos, formam os outros 50%.