Dia Nacional
Você conhece a Esclerose Múltipla?
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Desde 2006 o dia 30 de agosto se tornou, por lei, o Dia Nacional de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla (EM). Sendo assim, este mês passou a ser considerado um importante período para a conscientização em relação à doença e às privações dos seus portadores em todo o país, passando a ser chamado de Agosto Laranja. A Esclerose Múltipla é uma doença neurológica crônica que atinge 2,5 milhões de pessoas no mundo. O objetivo dessa data é trazer a doença - ainda pouco conhecida - ao debate, pensando especialmente no diagnóstico precoce, que pode fazer toda a diferença na qualidade de vida do paciente.
De acordo com o neurologista Heleno Miranda Araújo, a Esclerose Múltipla (EM) é uma doença neurológica, crônica e autoimune, ou seja, as células de defesa do organismo atacam o próprio sistema nervoso central. Elas atacam a bainha de mielina, o revestimento dos neurônios, causando lesões no cérebro e na medula. A Esclerose Múltipla não é uma doença mental e não é contagiosa.
Conforme ele, a causa da doença ainda não está totalmente conhecida, porém, se sabe que múltiplos fatores ambientais e genéticos estão associados ao risco de desenvolver EM. Dentre eles a infecção por alguns agentes virais e bacterianos, como o herpesvírus tipo 6, vírus Epstein-Barr, retrovírus endógeno humano. A imaturidade do sistema imunológico devido a menor exposição a agentes bacterianos e parasitas durante a infância também é um fator ambiental fortemente associado ao aparecimento de doenças autoimunes, incluindo a Esclerose Múltipla. Os baixos níveis sanguíneos de vitamina D, devido a menor exposição solar, obesidade e o tabagismo também são fatores ambientais ligados aos riscos da doença. Existem ainda alguns fatores genéticos, genes em que foram encontrados alguma relação associada ao surgimento da doença. "Pesquisadores e cientistas conseguiram identificar várias alterações quem acontecem no processo autoimune da pessoa com EM, e em cima disso muitos medicamentos forma desenvolvidos para frear esta agressão. Mas exatamente porque seu sistema imunológico resolve reconhecer a mielina como inimiga e atacá-la é ainda desconhecido", explica.
Ele explica ainda que a EM é uma doença mais comum em mulheres - uma proporção de três mulheres para dois homens. O diagnóstico acontece, geralmente, entre 20 e 40 anos de idade.
"Como o nome diz, a esclerose múltipla é uma doença que se manifesta de múltiplas formas, com múltiplos sintomas, que podem variar de paciente para paciente, dependendo da área do sistema nervoso acometida", explica o especialista. Ele cita, no entanto, que os sintomas sensitivos como perda da sensibilidade em determinada região do corpo, formigamentos, dor inexplicável, são os sintomas mais comuns, ocorrendo em 40% das pessoas com esse diagnóstico. São comuns ainda alterações visuais, fraqueza nos membros, desequilíbrio e descoordenação, alterações de sensibilidade, e distúrbios urinários são as queixas mais frequentes.
Infelizmente a esclerose múltipla não tem cura, mas já existem terapias capazes de controlar a evolução da doença. "Quanto mais cedo o paciente for diagnosticado e iniciar o tratamento, maiores as chances de controlar a doença, retardar os seus efeitos e viver com mais qualidade de vida", explica.
O tratamento está disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e sua forma também é algo que vem avançado muito nos últimos anos. "Anos atrás o tratamento era muito dolorido, com os pacientes submetidos, por exemplo, a injeções frequentes - em alguns casos até diárias. Hoje há existem medicamentos por via oral, que apresentam excelente resultado no trabalho e são mais confortáveis e com menos efeitos colaterais", comenta. Ele completa que o tratamento tem o objetivo de controlar os sintomas e retardar o avanço da doença, dando ao paciente a melhor qualidade de vida possível. "Um bom estilo de vida, com boa alimentação, controle de sono e estresse e atividade física regular são os primeiros passos para reduzir a inflamação no seu organismo", indica Heleno.
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