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Folião é agredido por brigadianos em entrada de clube

Nilson Corrêa/JC imagem ilustrativa - fireção ilustrativa -

Um homem foi agredido por um grupo de policiais militares durante um baile de carnaval no Clube dos Fuzileiros Navais. O fato ocorreu na madrugada de terça-feira, 5/3, feriado de carnaval, quando Christian Oliveira Bonilha chegava ao local, acompanhado pela namorada e por amigos, e testemunhou um dos soldados presentes agredindo uma pessoa próximo a entrada do clube. 

"A cerca de cinco metros da chegada da portaria, vi um grupo de brigadianos e um deles agrediu uma pessoa. Eu vi isso e quando passei por eles eu falei pra um deles: "avisa teu colega que essa atitude 'tá' errada". Na portaria do clube, quando fui entrar, olho pra trás e de repente sou, de forma estupida, agredido por cinco brigadianos que me diziam que eu não tinha opinião nenhuma e que não devia ter falado o que falei. Me chutaram. Estou com uma fratura no dedo, escoriações no pescoço, perna, pelos dois braços, no joelho", conta ele. "Usaram da violência contra mim e minha namorada, sabe sobre qual alegação? Por eu ter opinião. Exatamente, por eu ter dado minha opinião sobre a conduta de um dos soldados que estavam no local. Apenas por expressar de maneira democrática, como fui ensinado, fui agredido e humilhado por cinco brigadianos", frisa.

Bonilha diz que se sentiu "com a autoestima pisoteada e atacado como um marginal por quem deveria me proteger". "Teve a agressão moral de me algemarem e me conduzirem para uma delegacia de polícia, sem ter feito nada. Nunca fiz nada de errado na minha vida".

Ele conta ainda sobre o que ouviu de um dos policiais. "O próprio brigadiano me disse, dentro da viatura: "Tu não podes ter opinião". Eu vivo em um país livre, democrático. Eu tenho sim direito de dar opinião. E ele é treinado para identificar quem está certo. Se eu estava errado, ele tinha que vir falar comigo. Mas não teve dialogo. Agiram de forma estupida, brutal e injusta. As coisas não podem chegar a um ponto em que não poderão mais voltar. Não sou vagabundo. Nunca fui vagabundo. Se estava errado, eles tinham que vir me dizer que estavam, me explicar o porquê. Não poderiam ter feito isso". Bonilha foi liberado da Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento após prestar depoimento.

Na Delegacia de Polícia, os policiais registraram ocorrência contra Bonilha por desacato. Segundo o relato deles, o rapaz os chamou de porcos fardados e incompetentes, entre outros. O soldado comunicante da ocorrência, Carlos Adalberto dos Santos Leal, disse ainda que houve a tentativa de abordagem e identificação de Bonilha, o rapaz reagiu e entrou em luta corporal com ele, e que sofreu escoriações nos braços.

Na manhã de quarta-feira, 6/3, ele foi ouvido pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Vereadores, que agendou uma reunião com o comandante do 1º Batalhão de Policiamento de Área de Fronteira (BPAF), tenente-coronel Antônio Felipe Zinga Júnior. À tarde, compareceu ao 1º BPAF. A reunião foi acompanhada pelos vereadores Zulma Ancinello (PRB), que presidente o Parlamento, e Irani Fernandes (PP), que preside a Comissão. De acordo com Christian, seu objetivo era registrar o fato também na ouvidoria da Brigada Militar. "O comandante disse que não precisava, que tinha o registro no sistema integrado da polícia".

Ao Jornal CIDADE, o tenente-coronel disse que instaurou um inquérito policial militar para apurar o fato e que não pode se manifestar até o esclarecimento do que houve na ocasião.

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