Homem condenado por tentativa de homicídio contra brigadianos
Segurança Pública
RS registra queda nos homicídios, contrariando tendência nacional

Ilustração/Pexels. - Homicídios dolosos caem 6,2% no estado.
O Rio Grande do Sul contrariou a tendência nacional de crescimento da violência letal em 2024 e apresentou uma queda significativa nos homicídios dolosos, de acordo com a 19ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública (ABSP). O levantamento é feito a partir de dados fornecidos pelas secretarias estaduais de segurança pública, polícias civis, militares e federais.
De acordo com o relatório, o estado registrou 36 427 vítimas de homicídio doloso em 2024, uma redução de 6,2% em relação ao ano anterior, quando foram contabilizadas 38 653 vítimas. A taxa caiu de 18,3 para 17,1 mortes por 100 mil habitantes. O número de ocorrências também apresentou retração semelhante: de 37 137 casos em 2023 para 35 010 em 2024, queda de 6,1%.
Outra queda expressiva foi observada nas lesões corporais seguidas de morte, com aumento de ocorrências em números absolutos, mas ainda metendo índices baixos em termos proporcionais. O Rio Grande do Sul contabilizou 760 vítimas desse tipo de crime em 2024, contra 628 em 2023, uma variação de 20,5%.
Já o latrocínio (roubo seguido de morte) apresentou redução de 4,1% no número de vítimas, passando de 1 002 casos em 2023 para 965 em 2024. O total de ocorrências acompanhou a tendência, com 944 registros em 2024 ante 979 no ano anterior.
Esses dados ajudam a consolidar as regiões Sul e Sudeste como as áreas com as menores taxas de Mortes Violentas Intencionais (MVIs) do país. Por outro lado, o cenário é oposto no Nordeste e Norte, que seguem liderando os índices de violência letal.

Perfil das vítimas
Apesar da melhora em estados como o Rio Grande do Sul, o perfil das vítimas dessas mortes violentas pouco mudou. Segundo o Anuário, 91,1% são homens, sendo 89,7% dos homicídios dolosos e 99,2% nas mortes em decorrência de intervenções policiais.
O recorte racial também revela desigualdades. Os dados mostram que 79% das vítimas são negras (pretas e pardas), mas essa proporção varia conforme o tipo de ocorrência. Entre os latrocínios, 60,8% das vítimas são negras e 38,5% brancas, o maior índice entre os tipos analisados. Já nas mortes causadas por ações policiais, 82% das vítimas são negras.
A faixa etária das vítimas também chama atenção: 48,5% dos mortos tinham até 29 anos em 2024. Apesar de ainda representar quase metade das vítimas, a proporção de jovens entre os assassinados vem caindo gradualmente nos últimos anos. Em 2019, eles eram 51,4%; em 2023, representavam 48,9%, segundo dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM).
O cenário gaúcho se destaca como um contraponto à realidade vivida em grande parte do país, ao apresentar uma redução consistente na violência letal. No entanto, os recortes demográficos revelam que o enfrentamento à criminalidade exige políticas públicas mais direcionadas, que considerem as desigualdades de gênero, raça e faixa etária.
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