Conferência Nacional de Saúde
Criação de hospital federal em Uruguaiana é aprovada
Thiago Valença JC imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - A proposta passa a ter uma política pública de implantação de hospitais em região de fronteira.
A moção para criação de um hospital regional e hospital-ensino na Fronteira Oeste foi aprovada na Conferência Nacional de Saúde, na tarde desta quarta-feira, 5/7. A informação foi confirmada ao Jornal CIDADE pelo vice-reitor da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), professor Marcus Querol, um dos membros da comitiva que representa o município de Uruguaiana no evento.
“A proposta trazida versa sobre o Hospital Federal em região de fronteira. Na Conferência foram apresentadas moções e a nossa foi apreciada e aprovada. Ela passa a ter uma política pública de implantação de hospitais em região de fronteira”, explica Querol.
Além dele, compõem a comitiva o secretário municipal de Saúde, Diego Cantori; a diretora do campus Uruguaiana da Unipampa, Cheila Stopiglia; e a servidora da 10ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), Saionara Marques.
A criação de um hospital federal na região, que possa atuar como hospital-ensino, foi levada à Conferência Nacional de Saúde, que iniciou no domingo, 2/7, e inserida nos debates do grupo de trabalho. A moção acerca do projeto conta com 400 assinaturas e foi defendida na Conferência por três delegados regionais: Arthur Domingues, Daniel Telles e Millor Silveira. Eles têm o apoio da Prefeitura e da Unipampa.
A demanda pela criação de um hospital federal na região não é nova e vem sendo discutida há anos pelos movimentos sociais e Conselho Municipal de Saúde. “O hospital agregaria todos os municípios que fazem parte dessa região da saúde que totalizam quase 500 mil pessoas. Então é um sonho que já passou até mesmo pelos Conselhos Regionais de Desenvolvimento (Coredes) e Associação dos Municípios da Fronteira Oeste (Amfro), e todos estão dando muito apoio. Um sonho de muita gente, passa por muitas mãos, porque entendem que Uruguaiana realmente tem tudo para ser um grande centro da saúde”, enfatiza o vice-reitor.
“A gente sabe que é um projeto ousado, assim como foi Unipampa. O projeto de construção de uma universidade pública também foi ousado e teve êxito. Trouxemos a proposta para a Conferência e pedindo apoio de toda comunidade na articulação que for possível tanto na Conferência quanto após”, afirma a diretora do campus Uruguaiana, Cheila Stopiglia.
Marcus Querol enfatiza a importância da aprovação da moção tanto para a comunidade acadêmica como para comunidade em geral. “A aprovação dessa moção gera uma esperança tão sonhada para Uruguaiana, de um hospital de média e alta complexidade, capaz de atender aquelas pessoas que mais precisam, e um hospital 100% SUS. Vejo como uma esperança muito grande nessa caminhada. A aprovação gera realmente mais possibilidades de que esse sonho do hospital federal em Uruguaiana logo seja realizado,”, diz.
Para os acadêmicos da Unipampa o projete seria de grande destaque, visto que, atualmente, a universidade realiza cerca de 30 mil atendimentos de saúde por mês nos serviços de saúde de Uruguaiana e região, que poderiam ser potencializados por um hospital federal universitário.
A Fronteira Oeste não dispõe de hospital regional, de modo que pacientes de determinadas complexidades de Uruguaiana e região precisam ser deslocados até Santa Maria (distância de 365 km) ou Porto Alegre (distância de 632 km), descaracterizando as redes de atenção em saúde e contrariando o princípio da descentralização e regionalização do SUS.
Dessa forma, este Hospital Federal Transfronteiriço em Uruguaiana contribuirá tanto para formação de graduandos e pós-graduandos e fixação desses profissionais na região, quanto para a qualificação da rede de assistência em saúde na fronteira, que se encontra debilitada.
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