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Neurocirurgia

Retirada de tumor cerebral na Santa Casa tem pleno sucesso

Referência de alta complexidade em neurologia e neurocirurgia, o Hospital Santa Casa de Uruguaiana está mantendo os atendimentos e os procedimentos cirúrgicos na área, apesar de todo o esforço que vem sendo dedicado para atender a demanda gerada pelo recrudescimento da pandemia causada pelo novo coronavírus.

No último dia 13, em um procedimento de cerca de três horas, foi retirado um tumor cerebral de uma paciente de 32 anos, que chegou ao serviço com sintomas severos em razão da lesão. O responsável pela intervenção foi o neurocirurgião Maurizio Beheregaray Padoin. A anestesia esteve aos cuidados do anestesiologista Eduardo Silveira.

Tatieli Biscubi dos Santos Cesário foi submetida a uma microcirurgia para retirada de uma lesão de aproximadamente cinco centímetros, com características expansivas. Segundo o médico, se trata de uma lesão das células nervosas cerebrais, com capacidade de crescimento que acaba comprimindo as áreas sadias. "A lesão causava comprometimento motor e de raciocínio pela área que estava sendo atingida. Fizemos o procedimento para retirar o tumor e liberar as áreas saudáveis do cérebro, com a menor incisão possível", explica ele.

A cirurgia foi um sucesso e a lesão removida por completo. "Era um procedimento bastante delicado e tínhamos preocupações bastante sérias, especialmente no que diz respeito a parte motora. Foi uma intervenção minuciosa, para não atingir áreas nobres e felizmente se conseguiu grande êxito. A paciente teve ótima evolução, melhorando os sintomas motores e cognitivos", conta Padoin.

Entre os fatores determinantes para o sucesso da cirurgia, o especialista destaca a agilidade e parceria das equipes. "O diálogo entre as duas equipes foi fundamental. Enquanto nos preparávamos para a cirurgia, todo o pré-operatório foi feito pelo colega da Santa Casa de Alegrete. Isso tudo fez diferença".

"Não precisa ter medo"

Tatieli é natural de São Borja e moradora de Alegrete. Ela diz que sofria com dores de cabeça constantes há meses, mas inicialmente recebeu um diagnóstico de enxaqueca. Quando os sintomas pioraram -ela chegou a perder a visão - procurou ajuda na Santa Casa de Alegrete, de onde foi encaminhada ao HSCU. A cirurgia ocorreu cerca de 15 dias depois.

"Recebi o diagnóstico e logo o Dr. Maurizio marcou a cirurgia. Foi rápido. Todos ficamos muito nervosos, mas graças a Deus correu tudo bem", conta ela. "Foi bem assustador no começo, mas acho importante que as pessoas saibam que não precisam ficar com medo. Que é possível se recuperar. Estou voltando para casa bem", comenta.

Depois de nove dias de internação, Tatieli recebeu alta hospitalar no último dia 22 e já voltou para casa. Nesta terça-feira, 2/6, teve a primeira reconsulta ambulatorial no HSCU e segue apresentando excelente recuperação.

Sinais de alerta

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), atualmente 4% das mortes por câncer no Brasil são tumores cerebrais. Destes, 42% são semelhantes ao apresentado pela paciente, chamados de gliomas.

Como são de rápido desenvolvimento, Maurizio Padoin diz que é preciso estar atento aos sintomas, como dor de cabeça, diminuição da força, visão dupla, convulsões e dificuldades motoras. "Ao perceber tais sintomas, o melhor caminho é procurar atendimento médico", conclui.

"As outras doenças ainda existem"

Mesmo com toda a demanda ocasionada pela covid-19, o HSCU mantém em funcionamento todas as suas áreas, inclusive aquelas em que é referência regional. Além da Neurologia e Neurocirurgia, o Hospital é referência para oncologia, traumatologia e gastroenterologia.

Esse esforço é recompensando com a recuperação dos pacientes atendidos pelo serviço. "Nos momentos mais críticos da pandemia, com muita tristeza, nós reduzimos as cirurgias para somente os casos de urgência e emergência. Mantivemos o monitoramento do cenário epidemiológico e fomos retomando os serviços, conforme era permitido pela evolução da pandemia, respeitando a capacidade do nosso hospital e as medidas estabelecidas pelo governo do estado", explica a gestora administrativa da instituição, enfermeira Thaís Aramburu.

Essa posição, de acordo com ela, observa especialmente dois aspectos: a preservação da vida dos pacientes acometidos por outras enfermidades, e a saúde financeira do Hospital. "Não podemos pensar que existe apenas a covid-19. As outras doenças continuam e é preciso encontrar maneiras de atender a esta nova demanda, que se apresenta em razão da pandemia, sem descobrir todas as outras que já existiam", comenta. "Complementar a isso, é preciso que o hospital mantenha seu faturamento", finaliza.


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