Poliomielite
Uruguaiana só vacinou 25% do público-alvo
Reprodução imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Baixa cobertura vacinal é o principal motivo de preocupação.
A sétima edição do International Symposium on Immunobiologicals (ISI), aberta na terça-feira, 2/5, alerta para o risco alto da volta da poliomielite ao Brasil. A doença, erradicada no país desde 1989, pode matar ou provocar sequelas motoras graves. Em um dos debates do dia, pesquisadores apontaram a baixa cobertura como principal motivo de preocupação com a paralisia infantil, como a doença também é conhecida.
Uruguaiana vem registrando uma cobertura vacinal contra a doença abaixo do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para impedir a circulação do vírus, que é de 95% da população alvo.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, em Uruguaiana a cobertura vacinal da poliomielite em menores de um ano ficou em 73,7% no ano de 2022. A cobertura com o primeiro reforço da vacina alcançou 78,64% e com o segundo reforço chegou a 67,35%. Em 2023, os dados coletados até a quarta-feira, 3/5, apontam uma cobertura em menores de um ano e apenas 25,64%, sendo que a cobertura com o primeiro reforço está em 22,9% e com o segundo reforço em 20,49%.
Segundo o Ministério da Saúde, no ano passado, a cobertura vacinal para a doença no Brasil ficou em 77,16%, também muito abaixo da taxa recomendada pela OMS.
A presidente da Câmara Técnica de Poliomielite do Ministério da Saúde, Luiza Helena Falleiros, destacou o conjunto de fatores que levaram a esse cenário e disse que existe um risco evidente. “Com o processo de imigração constante, com baixas coberturas vacinais, a continuidade do uso da vacina oral, saneamento inadequado, grupos antivacinas e falta de vigilância ambiental, vamos ter o retorno da pólio. O que é uma tragédia anunciada”, afirmou.
A pesquisadora citou um estudo do Comitê Regional de Certificação de Erradicação da Polio 2022, da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), que aponta o Brasil como segundo país das Américas com maior risco de volta da poliomielite, atrás apenas do Haiti.
Um caso recente da doença foi confirmado em Loreto, no Peru, o que aumentou a vigilância nas fronteiras. Há 30 anos, o continente estava livre de registros da doença.
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