A nova secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, confirmou ontem, 4/1, que a vacina contra a covid-19 será incorporada ao calendário anual do governo para pessoas do grupo prioritário -como idosos, imunossuprimidos e profissionais de saúde.

No governo de Jair Bolsonaro (PL), a vacina não fazia parte do calendário anual de vacinação e foi incorporada apenas ao Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 (PNO).

Conforme a Secretária, a população deve ser convocada para receber as doses junto com a imunização contra a gripe, ainda neste ano, no mês de abril. A proposta, inclusive, é que a campanha siga os mesmos grupos prioritários da gripe.

Quanto ao estoque para viabilizar tais aplicações, Ethel disse que a Pasta recebeu recentemente uma grande leva de doses, que deve ser destinada a cobrir esses grupos prioritários.

O imunizante vacina a ser oferecida à população será uma dose de reforço com a vacina bivalente.

A vacina bivalente protege contra duas cepas diferentes de um mesmo vírus. No caso do imunizante da Pfizer, por exemplo, a fórmula estimula a proteção contra a cepa original do coronavírus SARS-CoV-2 - aquela descoberta no final de 2019 na cidade chinesa de Wuhan - e a variante Ômicron e as suas descendentes.

Prioridade

A estimativa é de que, no Brasil, a vacinação contra a covid-19 tenha sido responsável por evitar a morte de 54 mil a 63 mil pessoas com mais de 60 anos e de 158 mil a 178 mil hospitalizações de idosos.

Partindo de números como este, Ethel Maciel diz que o "aumento da cobertura de todas as imunizações é prioridade para o Ministério, e a comunicação tem um papel essencial na reversão da resistência da população, que acompanha o ceticismo em relação à eficácia e segurança do imunizante".

A nova ministra da Saúde, Nísia Trindade, segue a mesma linha de raciocínio da Secretaria e chegou a afirmar que o Programa Nacional de Imunização (PNI) se tornará um departamento.