Dimensionar os impactos de curto e médio prazos da pandemia de covid-19 nos setores culturais e criativos do Brasil é o principal objetivo de uma pesquisa lançada no mês passado, pela Universidade de São Paulo (USP) e realizada pelo Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Estaduais de Cultura, com a participação de dez secretarias de Estado da Cultura – entre elas a do RS (Sedac).
O apoio à pesquisa no Estado se dá por meio do RS Criativo, programa lançado pela Secretaria de Estado da Cultura (Sedac) em 2019, que incorpora a economia criativa como instrumento de desenvolvimento socioeconômico, de maneira transversal e com a participação da sociedade civil.
O questionário do estudo intitulado “Percepção dos impactos da covid-19 nos setores culturais e Criativos do Brasil” pode ser respondido até o dia 16 de julho, acessando o site iccscovid19.com.br. A pesquisa servirá para ampliar o debate e a criação de saídas para a crise atual. A ideia foi proposta pelos pesquisadores Pedro Affonso Ivo Franco, consultor da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), e André Lira, consultor da Cultive Soluções.
A página iccscovid19.com.br destaca os montantes movimentados pelos setores cultural e criativo, os empregos por eles gerados e as estimativas de faturamento que possuíam antes da crise. Da mesma forma, ressalta a importância desses setores no desenvolvimento econômico e social do país, e o potencial que possuem de alavancar os processos de recuperação econômica.
A pesquisa utiliza o método descritivo e segue o processo de coleta, organização, análise e elaboração de relatório. As informações levantadas serão exibidas somente de forma agregada, sem a divulgação de qualquer informação individual dos (as) participantes. Dados preliminares apontam que o maior impacto ocorreu no Rio Grande do Sul, onde 63% dos setores culturais e criativos afirmaram que não tiveram receita entre março e abril. O menor impacto foi observado em São Paulo, onde 31% disseram ter perdido toda a receita neste período.
A secretária da Cultura, Beatriz Araujo, chama a atenção do setor cultural gaúcho para a importância de participar da pesquisa. “Responder ao questionário é muito importante para encontrarmos, juntos, alternativas de enfrentamento à pandemia. É sabido que o setor cultural vem sendo um dos mais afetados, desde o início do período de distanciamento social, e estudos desta natureza servem de balizadores para encontrarmos saídas e nos reinventarmos”, ressalta.
Economia criativa no RS
Estudo elaborado por pesquisadores do Departamento de Economia e Estatística (DEE/Seplag) e divulgado em dezembro de 2019, aponta que 4,1% do PIB no Rio Grande do Sul está atrelado à economia criativa. São mais de 130 mil empregos formais neste segmento. O contingente é superior, por exemplo, aos postos de trabalho gerados na indústria calçadista ou pelo setor automobilístico e se aproxima, inclusive, de áreas com alto poder de geração de vagas, como é o caso da construção civil.


