Produtores de Alegrete participaram, na terça-feira, 10/6, de mais um bloqueio na BR-290, em São Gabriel, em protesto por medidas emergenciais para o endividamento rural. A ação, no sistema “pare e siga” com intervalos prolongados de paralisação, integra um movimento estadual que chega ao 27º dia e reivindica a aprovação do Projeto de Lei 320/2025, de autoria do senador Luis Carlos Heinze (PP), que propõe a securitização das dívidas agrícolas. 

O protesto reuniu tratores e caminhões de agricultores da região e ocorreu ainda em outros pontos estratégicos, como a BR-392, em São Sepé; a BR-153, em Bagé; e vias próximas a Passo Fundo. 

A principal demanda é a reestruturação das dívidas rurais com base no PL 320/2025, de autoria do senador Heinze. A proposta transforma os débitos em títulos do Tesouro, com até 20 anos para quitação, dois anos de carência e juros entre 1% e 3% ao ano, além de criar um Fundo Garantidor (FGSDR) com limite de R$ 60 bilhões. 

O problema decorre das perdas causadas por estiagens e enchentes consecutivas, principalmente em 2024, que devastaram lavouras, comprometeram equipamentos e inviabilizaram a produção. Sem condições de pagar ou renegociar seus financiamentos, os produtores exigem respostas rápidas. 

Sem avanço na tramitação do PL 320/2025, os manifestantes prometem manter a mobilização para pressionar o governo federal a adotar medidas eficazes, principalmente para pequenos e médios produtores. 

Roberto Fagundes Ghigino, presidente da Associação e Sindicato Rural de Uruguaiana e vice-presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), afirmou que, embora as manifestações ainda não tenham chegado à Uruguaiana, o Sindicato apoia ações nos municípios vizinhos e está preparado caso o movimento atinja a região. Ele destacou o contato constante com secretarias, sindicatos vizinhos, Federarroz, deputados e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) 

para buscar soluções.  

Por fim, ressaltou que os canais de atendimento para orientação aos produtores seguem abertos, com reuniões acessíveis para participação, demonstrando mobilização para apoiar os agricultores diante da crise causada pela seca, enchentes, falta de crédito e a questão da securitização.