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Protótipo

UFRGS apresenta ventilador pulmonar de baixo custo

Divulgação/GEPEC-VENT imagem ilustrativa - fireção ilustrativa -

O Grupo de Pesquisa GEPEC-VENT que une três departamentos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) divulgou ontem, 14/4, a proposta para construir um respirador pulmonar de baixo custo, com fácil montagem e simples manutenção no enfrentamento à Covid-19.

Professores do Departamento da Engenharia Civil (DECIV), do Departamento Interdisciplinar do Campus Litoral Norte (DIDACLN) e do Departamento de Medicina Social (FAMED), além de estudantes do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil: Construção e Infraestrutura, o designer Felipe da Cruz e o engenheiro eletricista Arthur Leão, que atuam voluntariamente, estão unidos em torno desse projeto que já tem o primeiro protótipo construído.

"A UFRGS não tem a estrutura para produzir o ventilador em escala. O que nos cabe é agrupar conhecimentos de diversas áreas em busca de uma proposta viável. Pensamos no desenho, no hardware e software necessários para controlar o ventilador, na parceria com empresas que possam ajudar a montar o protótipo", explica Laís Zucchetti, professora vinculada ao DIDACLN, que atua neste projeto em conjunto com profissionais das áreas de tecnologia e saúde, como engenheiros, arquitetos, designers e médicos.

A estimativa é de que o protótipo de ventilador pulmonar proposto pela UFRGS tenha um custo de R$ 20 mil. "O custo atual varia de R$ 80 a R$ 150 mil cada, sendo que se tivermos isenção do Governo, o valor pode baixar mais ainda. Estamos atuando em rede para disponibilizar um modelo de respirador de baixo custo e fácil montagem e manutenção", anuncia Laís.

As premissas do projeto

O projeto do ventilador partiu de algumas premissas, sendo que o diferencial está no uso de produtos já disponíveis em grande volume no mercado: peças de prateleira. Assim, não há necessidade de produção sob demanda de peças, permitindo a utilização imediata na montagem do respirador. "Esta premissa foi adotada em função da escala de produção e da necessidade imediata de ventiladores nas unidades de saúde para que, uma vez aprovada a solução, possam ser produzidos em grande escala. Além disso, a utilização de peças de prateleira facilitará a manutenção ou troca de partes do sistema", informa a professora.

Outra premissa é o baixo custo de investimento necessário para a construção do equipamento. "Vencido o ciclo epidêmico, provavelmente muitos ventiladores permanecerão ociosos nos seus locais de primeiro uso. Muitos hospitais do interior não têm recursos compatíveis com o custo, ou mão de obra compatível com a sofisticação da manutenção dos aparelhos comerciais. Nossa proposta contempla esses problemas ao utilizar peças de prateleira de baixo custo e manutenção simplificada", diz a proposta.

As outras premissas do projeto são:  

- Visibilidade de funcionamento - facilidade de operação e manutenção;

- Facilidade de montagem do sistema - deverá ser facilmente realizada por qualquer pessoa, a partir de instruções simples, agregando rapidez ao processo e à entrega/entrada em funcionamento dos ventiladores;

- Robustez - a capacidade de um sistema de permanecer funcional mesmo em sobrecarga, ou seja, mesmo após sofrer perturbações em sua condição normal de operação;

- Reprodutibilidade - é o resultado da utilização de peças de prateleira, a fácil montagem, e a visualização da operação do ventilador. A partir disso, o projeto poderá ser reproduzido em qualquer parte do país, bem como do exterior, sanando um dos problemas dessa pandemia, o rápido acesso aos respiradores;

- Fonte de energia necessária - para o funcionamento do sistema é a convencional de instalações de saúde, sendo apenas necessário verificar a capacidade total de carga exigida pelos equipamentos. O plug convencional garantirá o maior atendimento aos pacientes, visto que não haverá necessidade de realizar instalações elétricas específicas, podendo ser realizados em locais temporários e provisórios;

- Redundância em sistemas - replicar estruturas para a realização de determinadas funções, de tal forma que a perda de funcionalidade de uma ou mais dessas estruturas não determina a completa perda de funcionalidade do sistema, podendo, portanto, aumentar a sua durabilidade;

- Flexibilidade/ versatilidade de atuação - o equipamento deverá funcionar por volume ou por pressão;

- Mobilidade - o sistema será dotado de rodízios para movimentação nos ambientes, permitindo o rápido deslocamento para atendimento dos pacientes.


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