Na última quinta-feira, 12/6, uma operação da Polícia Federal, contra crimes envolvendo pornografia infantil, prendeu um médico residente de pediatria, em Passo Fundo. Bruno Gossler Schmidt, 27 anos, foi preso em flagrante, acusado de armazenar e compartilhar imagens contendo abuso sexual de crianças e adolescentes. 

A prisão ocorreu durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão no âmbito da Operação Moloch, que tem como foco o combate à produção e disseminação de material pornográfico envolvendo menores de idade. A ofensiva faz parte de uma série de ações nacionais e internacionais de enfrentamento à exploração sexual infanto-juvenil, deflagrada nesta semana. 

Segundo a Polícia Federal, a investigação foi iniciada após o compartilhamento de informações pela polícia de Ontário, no Canadá. A partir do cruzamento de dados, os investigadores conseguiram rastrear os endereços de IP utilizados para disseminar os arquivos ilícitos, inicialmente localizados em Uruguaiana, onde Bruno morava e trabalhava. 

O médico teve a prisão em flagrante convertida em preventiva após audiência de custódia. Em nota, o advogado de defesa de Bruno, Gilvan Hansen Júnior, disse que o processo corre em segredo de Justiça e que aguardará o avanço das investigações para se manifestar de forma mais ampla. A defesa também informou que pretende entrar com um Habeas Corpus. 

A Polícia Federal não divulgou detalhes sobre a origem exata do material apreendido, mas reforçou que a cooperação internacional tem sido fundamental para o rastreamento de crimes praticados no ambiente digital, especialmente em casos de abuso infantil.

Bruno viveu em Uruguaiana, cursou medicina na Universidade Federal do Pampa (Unipampa), onde se formou em 2023, prestou serviço militar no município,  sendo exonerado em 31 de janeiro último, e se mudou para cursar residência em pediatria no Hospital de Clínicas de Passo Fundo.

Providências

O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers), órgão que fiscaliza, regulamenta e zela pela ética no exercício da medicina no Estado, informou nesta sexta-feira, 13/6, que vai instaurar sindicância para apurar o caso. O Hospital de Clínicas de Passo Fundo declarou que não foi informado oficialmente sobre e tomou conhecimento dos fatos através da imprensa, mas encaminha as providências necessárias.

A UFFS disse que não foi procurada ou notificada pelos órgãos competentes sobre o assunto, mas que fica à disposição das autoridades para eventuais esclarecimentos. Também informou que, se confirmadas as acusações, tomará todas as medidas cabíveis, e que “repudia de forma veemente atos de violência que atentem contra os direitos humanos, sejam individuais ou coletivos".

Matéria editada em 14/06/2025, às 0h56.