O Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT RS) emitiu um alerta acerca de uma nova fraude virtual que utiliza informações reais de processos judiciais para enganar as vítimas, através de e-mail. 

Criminosos estão enviando e-mails fraudulentos, que simulam comunicações oficiais da Justiça do Trabalho, informando o suposto adiamento de audiências. A mensagem traz dados verdadeiros de ações em andamento e solicita que o destinatário clique em um link para obter mais detalhes. Ao acessar o link, o usuário acaba permitindo o acesso remoto do invasor ao seu computador. 

A ação criminosa, conhecida como phishing, visa capturar dados confidenciais dos usuários. O termo, derivado da palavra inglesa fishing (pescar), faz referência à estratégia dos golpistas de “lançar uma isca” (geralmente em forma de mensagens eletrônicas convincentes) para “fisgar” informações pessoais, como senhas e dados bancários. 

Esse tipo de armadilha digital combina técnicas de invasão cibernética com métodos de engenharia social, expressão que descreve a prática de manipular a vítima para que ela execute ações que comprometem sua segurança, como fornecer dados sensíveis ou abrir brechas para ataques. 

O TRT RS orienta que advogados e advogadas redobrem a atenção e comuniquem seus clientes sobre o golpe. A recomendação é de que, diante de qualquer dúvida, as partes envolvidas em processos consultem diretamente seu representante legal ou entrem em contato com a vara do trabalho responsável, antes de tomar qualquer atitude. 

Um caso já divulgado 

Em abril, um empreendimento localizado em Estância Velha, no Vale do Sinos, sofreu uma perda de R$100 mil após ser ludibriado por criminosos. Os fraudadores se fizeram passar pela Justiça do Trabalho e remeteram uma mensagem eletrônica à companhia do setor calçadista, com detalhes sobre um processo já existente contra ela.  

Na mensagem, mencionaram que uma alegada audiência havia sido postergada e que para obter mais informações era necessário clicar em um endereço eletrônico, presente no corpo do e-mail. Ao clicar, o computador da empresa foi comprometido pelos meliantes, que, a partir desse ponto, obtiveram acesso a dados confidenciais, invadiram a conta bancária da indústria e subtraíram a quantia. 

Outros possíveis golpes 

Golpistas têm aplicado diferentes tipos de fraudes envolvendo a Justiça do Trabalho, utilizando informações reais de processos para enganar as vítimas. Entre os golpes mais comuns estão o envio de decisões judiciais e sentenças falsas, geralmente por WhatsApp, informando que a pessoa ganhou a causa e solicitando depósitos para liberação de valores.  

Em alguns casos, os criminosos se passam por advogados, usando fotos e dados reais, e simulam acordos judiciais ou enviam guias e intimações falsas com pedidos de pagamento. Também há fraudes envolvendo supostas taxas para liberação de precatórios ou declarações de isenção de imposto de renda. 

Alerta 

O TRT não solicita valores diretamente às partes. Comunicações oficiais são feitas pelos advogados ou, quando por oficiais de Justiça, sempre com identificação funcional e documentos assinados eletronicamente. Se houver prejuízo ou tentativa de golpe, a orientação é denunciar à Corregedoria do TRT-RS, pelo e-mail corregedoria@trt4.jus.br, e registrar um boletim de ocorrência. Compartilhar essas informações ajuda a prevenir novas vítimas.