Depois da aprovação
Salários em dia não estão garantidos e empresários são egoístas, diz Leite
Depois de pagar em dia os salários de novembro e dezembro para os servidores do Executivo, o governador Eduardo Leite (PSDB) afirmou que, mesmo com a aprovação da manutenção das alíquotas majoradas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para 2021, aprovada pela Assembleia Legislativa na última semana de 2020, não há como garantir que a folha continuará sendo quitada integralmente no prazo diante de um "cenário tão incerto".
Antes da aprovação da medida, Leite fez terrorismo dizendo que a não aprovação da manutenção das alíquotas majoradas, resultaria não somente nos atrasos salariais, mas na impossibilidade de o Estado alcançar serviços básicos à população gaúcha, e que a saída para evitar o colapso seria justamente a aprovação que - mais uma vez - prorrogava a majoração das alíquotas do imposto. Leite propôs a manutenção por mais quatro anos, mas uma emenda do Partido dos Trabalhadores (PT) reduziu o período para o final de 2021.
Empresários
Além de 'preparar o terreno' para uma volta a era dos salários atrasados e parcelados, Leite culpou o setor produtivo pelas dificuldades enfrentadas pelo estado, ao declarar que "felizmente, apesar do egoísmo e da inconsequência de parte da elite empresarial, temos uma Assembleia responsável, principalmente com os que precisam do Estado".
As declarações do Governador, em entrevista à Rádio Guaíba, repercutiram e revoltaram lideranças políticas e especialistas em finanças.
"Em 2020, o Governador tentou sucessivas vezes aumentar os impostos no RS até que obteve sucesso em prorrogar as alíquotas de ICMS por mais um ano através de um acordo com o PT. À época, apesar de ter prometido diferente em campanha, afirmava que, para que não houvesse o colapso dos serviços públicos, era necessário prorrogar o aumento do ICMS e cobrar ainda mais da população já assolada pela crise. Agora, afirma que não há como garantir nada. E não satisfeito, ainda ataca quem carrega este estado nas costas: os indivíduos e as empresas, chamando-nos de egoístas e inconsequentes. Egoísmo e inconsequência é tratar a população e o setor produtivo com tanto desrespeito", disse o deputado Giuseppe Riesgo (Novo) nas redes sociais, sendo compartilhado por vários internautas, que também publicaram mensagens criticando a posição do Governador.
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