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ORIZÍCULLTURA
Setor e governo estadual discutirão alternativas para crise na atividade

Érika Ferraz/AgroEffective - Articulação ocorreu durante audiência pública na ALRS com lideranças da Federarroz, Farsul, Irga, Seapi e Sindarroz
Entidades do setor orizícola participaram, nesta segunda-feira, 13/10, de audiência pública promovida pela Frente Parlamentar em Defesa do Setor do Arroz da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, para discutir o mercado do arroz e o momento de crise que o setor passa com a diminuição das cotações do grão. Participaram a Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), a Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), o Instituto Rio-Grandense do Arroz (Irga), Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag), Sindicato da Indústria do Arroz no Estado do Rio Grande do Sul (Sindarroz), além da Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi).
Na abertura, o presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Setor do Arroz, deputado Marcus Vinicius, referiu o cenário difícil do arroz com secas, enchentes, baixa liquidez e tarifaço dos Estados Unidos. "Trata-se da maior crise dos últimos cinco anos. Para fazer um enfrentamento desse problema, é preciso ampliar esse debate para que chegue ao conhecimento do parlamento e crie-se um ambiente político para engajar mais setores na busca de soluções", enfatizou.
Na sequência, o presidente da Federarroz, Denis Nunes, saudou a iniciativa da Assembleia Legislativa em abrir um canal para esclarecer e debater a conjuntura atual do arroz. Nunes começou falando sobre o histórico da semeadura do arroz e os números da cadeia no Rio Grande do Sul, estado responsável por 70% do arroz produzido no Brasil, com cerca de seis mil produtores.
O presidente da Federarroz mostrou também dados referentes ao custo do arroz irrigado na safra 2025/2026 e o cenário de 2025, com a Índia entrando forte no mercado exportador o que ajudou a derrubar os preços, além do crédito dificultado e problemas logísticos. "O cenário para 2026 ainda será instável, com estoques elevados e limite do crédito", previu.
O Paraguai também foi mostrado como concorrente direto na produção de arroz. "Mesmo com produtividade alta, o Rio Grande do Sul não consegue competir com o arroz paraguaio. A área perdida no estado praticamente está aumentando na mesma proporção no Paraguai", comparou.
Os debates trataram da busca de soluções para a falta de competitividade do arroz gaúcho, basicamente por gargalos logísticos e questões tributárias. As principais reivindicações passam por uma transferência da Taxa de Cooperação e Defesa da Orizicultura (CDO) de forma emergencial para o escoamento da produção e fortalecimento da comercialização, contribuindo para a estabilidade do mercado e a valorização do arroz gaúcho.
Outro pleito é a equalização do ICMS com outros estados, sobretudo com o vizinho Paraná. O líder do governo na Assembleia, deputado Frederico Antunes, anunciou que irá articular com o deputado Marcus Vinícius um encontro dos setores da cadeia do arroz com o governador Eduardo Leite para ver o que é possível encaminhar da pauta de reivindicações. Foi enfatizado no encontro que é necessário agilidade para aprovações legislativas ainda este ano, visto que o ano legislativo termina em 15 de dezembro e 2026 terá uma série de restrições legais por ser ano eleitoral.
No final do encontro, o presidente da Federarroz, Denis Nunes, destacou o fato de a reunião ter terminado com uma sinalização objetiva. "Estamos ganhando corpo para uma conversa com a Casa Civil e com Eduardo Leite. Vamos ter uma sinalização mais concreta sobre esses pleitos que já foram encaminhados, que é a questão desta redução de ICMS, e uma subvenção, com o uso da taxa CDO com prêmio de escoamento para esse arroz que está retido aqui no Rio Grande do Sul, para que a gente consiga dar fluxo nesses estoques" destacou. Denis avaliou a reunião como boa e proveitosa e acredita em bons encaminhamentos, embora o tempo curto.
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