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Música

Uruguaianense lança EP inspirado no imaginário coletivo da cidade

Divulgação - O EP "Adeus Meus Demônios" estará disponível nas principais plataformas de streaming a partir de 22 de agosto.

A paixão pela música começou despretensiosamente na adolescência, mas se transformou em um projeto artístico completo, reconhecido em festivais e agora lançado ao público. O músico uruguaianense Bernard Rehermann, mais conhecido como Bê e recém-formado em Música Popular pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), lança no próximo dia 22/8, o EP "Adeus Meus Demônios", resultado de seu Trabalho de Conclusão de Curso e de anos de experimentação artística. 

"Eu comecei a cantar no ensino médio, sem pretensão. Meu primeiro palco foi numa apresentação de canções autorais, e ali me descobri como artista. Desde então, passei a levar a composição e a performance a sério", conta o artista, que teve seu processo criativo fortemente influenciado pelo movimento cultural Luau no Bolicho, idealizado por Nandico Saldanha no pátio do restaurante Buena Vista, em Uruguaiana. O projeto é citado no TCC como um dos espaços formadores de artistas na cidade, além de evidenciar a escassez de iniciativas do tipo. 

A ideia do EP surgiu ainda antes da proposta acadêmica estar clara. Em um encontro informal com os músicos Nandico Saldanha e o tatuador Léo Vidal (ex banda Tri), surgiu uma das canções que acabaram se tornando o ponto de partida para a pesquisa. "Compusemos uma música num churrasco. No fim, ela virou o começo de tudo", relembra. Com a orientação e produção do professor do curso de Bacharelado em Música Popular da UFPel, Leandro Maia, o que era para ser uma simples análise de processo criativo acabou se expandindo para um EP com cinco faixas inéditas e autorais. 

Uma dessas faixas é "Cidade", lançada em 11/7 como single. A canção aborda sentimentos de inadequação, julgamento e desejo de fuga — temas que atravessam o conceito do EP como um todo. A composição foi premiada no Festival Alegratense da Canção (FAC) de 2024, na categoria de melhor letra. "Ela representa o terceiro ato do EP, que segue uma linha narrativa. Fala sobre o medo de brilhar, de se mostrar, sobre a vontade de desaparecer. É uma música bastante pessoal", revela. 

O projeto faz parte da Agência de Indústria Criativa e Mobilização Social (Agimos), iniciativa vinculada a UFPel com o propósito de fomentar o circuito independente de arte e cultura e contribuir com a estruturação do setor cultural na cidade de Pelotas e região. A Agimos  também oferece ferramentas para a geração de indicadores culturais, ao reunir e produzir dados em economia da cultura, como uma espécie de observatório do campo. Além de ser a estreia de Bê, o EP também é o primeiro álbum solo realizado no estúdio de produção fonográfica da UFPel. 

Musicalmente, o trabalho bebe de diversas fontes. Apesar da forte influência de Djavan, o artista não esconde sua admiração pelo rock. "Tem Djavan, mas também tem muito de rock e influências da banda Fresno. Acabou virando essa mistura, essa identidade sonora que é minha." 

Além de divulgar suas músicas, o artista acredita que o EP também pode contribuir para fomentar o debate sobre as cenas culturais locais, especialmente em cidades do interior como Uruguaiana. "No meu TCC, falo desde a Califórnia da Canção Nativa até os movimentos underground da cidade. É importante dar visibilidade pra isso. Mostrar que tem gente produzindo, criando, resistindo." 


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