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Desenvolvimento

Hidrogênio verde, o combustível do futuro no RS

Gustavo Mansur/JC imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Leite destacou que investimento em hidrogênio verde representa possibilidade de cumprir compromisso com a causa ambiental.

Veículos movidos a hidrogênio e postos de abastecimento de energia limpa. Indústrias alimentadas por fontes sustentáveis. Tanques de hidrogênio verde no lugar de barris de petróleo. Este é um cenário novo que poderá revolucionar os setores energético, industrial e de transportes em todo o mundo. Elemento químico mais abundante na natureza, o hidrogênio é considerado o combustível do futuro em várias partes do Brasil e do mundo. Os grandes acordos internacionais preveem que o hidrogênio verde (H₂V) se tornará um importante recurso energético até 2050. E no Rio Grande do Sul não é diferente.

Por isso, o governo do estado contratou a empresa de consultoria McKinsey & Company (EUA) para realizar um estudo acerca das perspectivas do mercado de H₂V no Estado. O relatório final foi apresentado nesta quinta-feira, 16/2, junto com as estratégias a serem adotadas para desenvolver a cadeia de hidrogênio verde no RS. Conforme o governador Eduardo Leite (PSDB), até 2040, o novo energético pode proporcionar ao Estado uma alta de aproximadamente R$ 62 bilhões no PIB e 41 mil novos empregos.

Estudo

Conforme o estudo, o RS apresenta diversas vantagens competitivas para a produção do H₂V, como o grande potencial para a geração de energia eólica e solar. Atualmente, 82% da matriz de energia elétrica do Estado é renovável. Além disso, os recursos naturais em abundância, a extensa costa marítima e a ocorrência de lagoas também podem favorecer esse novo mercado.

A estrutura portuária é outro fator positivo, pois poderá facilitar o escoamento da produção. O Estado dispõe de três portos públicos – de Rio Grande, Porto Alegre e Pelotas. Essa infraestrutura viabiliza a ligação da região sul com os demais mercados brasileiros, europeus e americanos. O Estado conta, ainda, com uma boa base logística e produtiva, linhas de transmissão, hidrovias, rodovias e ferrovias, além de universidades e centros de ciências e tecnologia.

Com o H₂V, o Estado pretende ter uma nova identidade produtiva e uma nova vocação econômica. “O RS tem capacidade de geração de energias renováveis para alimentar a produção desse hidrogênio e possui também demanda interna, a partir das refinarias, da agricultura e da nossa indústria química, de modo que a nossa produção conseguirá competir com outros locais do país e do mundo”, avaliou Leite.

Além de frear impactos ambientais, o desenvolvimento da cadeia de H₂V visa fomentar o desenvolvimento econômico regional e gerar empregos, renda e qualidade de vida. Para viabilizar a sua produção, o Estado vem formalizando parcerias com várias empresas reconhecidas internacionalmente.

Já foram firmados quatro memorandos de entendimento, com as empresas White Martins, Enerfín, Neoenergia e Ocean Winds, que estão interessadas em realizar estudos ou implementar projetos relacionados ao hidrogênio sustentável no Rio Grande do Sul. Boa parte desses projetos considera a integração com investimentos em usinas eólicas offshore, em alto-mar.

Hidrogênio verde

Um dos principais métodos para obtenção do hidrogênio é decompor a molécula de água (H₂O). Esse processo, chamado eletrólise, usa uma corrente elétrica para quebrar a partícula de água, separando o hidrogênio (H₂) do oxigênio (O₂). O hidrogênio é considerado verde quando a eletricidade usada na “quebra” vem de fontes de energia limpas e renováveis, como a eólica e a solar.

Desse modo, o hidrogênio verde pode ser produzido, principalmente, a partir do aproveitamento da força dos ventos e da radiação solar. Nesse caso, sua obtenção requer a integração com a produção de energia eólica ou solar. Aerogeradores e placas solares são o primeiro passo para chegar ao H₂V.

A energia solar ou eólica é convertida em energia elétrica, que é conduzida a eletrolisadores, equipamentos que permitem a “quebra” da água, gerando H₂V. Em dispositivos denominados células a combustível, ocorre o processo inverso: o hidrogênio pode ser transformado em eletricidade, sem emissão de gás carbônico (CO₂).

É assim que o gás hidrogênio pode fornecer energia para impulsionar motores ou servir como matéria-prima para a produção siderúrgica, química e petroquímica, dentre outras aplicações. Além disso, derivados do H₂V, como a amônia verde e o hidrogênio líquido, poderão ser utilizados, no futuro, para abastecer navios de carga ou aviões de passageiros.

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