Prejuízos da Seca
Seca deve causar prejuízo de R$ 23 milhões na pecuária de Uruguaiana

Divulgação/Bezier Filmes imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Na agricultura, o setor da soja deve sofrer maior perda monetária
A falta de chuvas atinge Uruguaiana desde dezembro do ano passado. A estiagem abrange todas as comunidades rurais dos seis distritos. De acordo com a Emater/Ascar, o maior prejuízo previsto deve ser sentido na criação de bovinos de corte, com previsão de perde de cerca de R$23 milhões. Já na agricultura, a cultura mais afetada deverá ser a soja, com prejuízo de R$2 milhões.
Já na pecuária, há a criação de cerca de 371.600 bovinos, 143.200 ovinos e caprinos, 21,5 mil equinos, 3,1 mil aves e 544 suínos, registrados na Inspetoria Veterinária Zootécnica.
Segundo o laudo da Emater/Ascar, desde dezembro de 2024, Uruguaiana, assim como quase toda a fronteira oeste, sofre com a estiagem. Este contexto impacta na quantidade de água disponível para as culturas, tanto para consumo quanto para alimentação de animais. Com isso, também ocorre a diminuição de qualidade e volume do pasto disponível para os animais, assim como para o desenvolvimento de atividades agrícolas que não dispõem de irrigação.
Pecuária
No levantamento de possíveis prejuízos, elaborado pela instituição, o setor menos afetado é a Avicultura, ou produção de ovos, com perdas estimadas em R$11 mil, seguido pelos bovinos de leite, com redução de R$16,5 mil. O ramo de bovinos de corte apresenta decréscimos mais expressivos de R$23 milhões. O último ocorre justamente pela diminuição de volume e qualidade do pasto.
O laudo revela que as condições nutricionais dos animais ainda estão boas, mesmo que o pasto sofra com total falta de rebrote. A oferta alimentar é variável, condicionada ao tipo de solo nas diferentes regiões do município. Naquelas onde predominam os solos rasos de basalto ou com rocha aflorada, a redução da vegetação é mais intensa. Regiões com solo de maior profundidade ainda apresentam maior oferta de massa seca.
Em relação às condições reprodutivas, os produtores estão com os touros junto aos rebanhos. Porém, o calor excessivo tem demonstrado uma diminuição no cio das fêmeas, fazendo com que se perca períodos ótimos para emprenhar, e, posteriormente, parições, impactando na oferta de terneiros para comercialização futura. Mesmo diante deste cenário, os preços do quilo dos animais estão favoráveis e a venda ocorre de forma dinâmica, pois os produtores precisam diminuir a carga animal em função da pouca oferta alimentar.
Agricultura
No plantio de culturas, destaca-se a soja, com o maior rombo de R$2 milhões. Já as projeções de perdas no cultivo de hortaliças e subsistência são menores, de R$55.860 e R$10.920, respectivamente. Já o arroz irrigado, expressivo no território de Uruguaiana, não apresenta prejuízos consideráveis. Segundo o agrônomo do Instituto Rio-Grandense do Arroz, Alessandro Rubim, Uruguaiana não apresenta projeção de futuras perdas com essa cultura.
Sobre a soja, a Emater/Ascar informa que durante o período da semeadura da soja, que vai de outubro a novembro, as condições características do clima e do solo estavam favoráveis, embora naquele momento o principal elemento climático fosse a frequência das chuvas. Contudo, neste intervalo, o atraso no desenvolvimento vegetativo e disparidade dos estádios fenológicos das plantas em função da falta de umidade no solo.
Considerando o maior percentual das lavouras ainda em fase de desenvolvimento vegetativo e floração, ainda não é possível definir perdas, apenas projetá-las. A estimativa é uma diminuição de produtividade em torno de 18% daquela prevista inicialmente – 2900 kg/ha. O preço médio da saca de soja é de R$128,52. De acordo a entidade, o cenário não é discrepante com relação aos últimos anos.
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