O gênero musical Bugio foi oficialmente reconhecido como patrimônio cultural imaterial do Rio Grande do Sul. A solenidade de registro ocorreu na terça-feira (12/8), no Teatro Oficina Olga Reverbel, do Multipalco Eva Sopher.

Estiveram presentes o secretário da Cultura, Eduardo Loureiro; o diretor do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae), Renato Savoldi; e os prefeitos Paulinho Salbego (São Francisco de Assis) e Thiago Teixeira (São Francisco de Paula). Os dois municípios deram início ao processo, formalizando o pedido junto ao Iphae.

O reconhecimento do Bugio seguiu todas as etapas previstas na legislação estadual. O processo começou com a elaboração de um inventário, que envolveu pesquisa documental, bibliográfica e de campo, reunindo informações e registros sobre o gênero musical. Em seguida, o parecer técnico do Iphae avaliou o material, submetendo-o à Câmara Temática do Patrimônio Cultural Imaterial, que aprovou a inclusão do Bugio como bem cultural do Estado.

Embora existam diferentes relatos sobre sua origem, o Bugio é amplamente reconhecido como um dos estilos musicais mais representativos da cultura gaúcha. Um ponto em comum é que o toque típico do acordeão foi inspirado no som do macaco bugio, espécie nativa de várias regiões do Estado.

O parecer técnico destaca que, independentemente da origem exata, o ritmo consolidou-se como referência identitária para diversas comunidades. Inicialmente executado em gaita de botão e, posteriormente, na gaita pianada, o gênero incorporou outros instrumentos, como bateria, violão e contrabaixo, adaptando-se a novas formas de apresentação e mantendo viva a tradição regional.

Com a oficialização, o Bugio ganha visibilidade e proteção legal, reforçando a importância de preservar manifestações culturais que fazem parte da identidade do Rio Grande do Sul.