Saúde alerta para baixa adesão à vacina contra poliomielite no município
Ilustração/Pexels - A vacina continua sendo a forma mais eficaz de proteger as crianças contra a paralisia infantil
Nesta sexta-feira, 24/10, é celebrado o Dia Mundial de Combate à Poliomielite, data que marca os 25 anos da eliminação da doença nas Américas. Em Uruguaiana, no entanto, a cobertura vacinal ainda está abaixo do ideal, o que preocupa as autoridades de saúde.
De acordo com a coordenadora da Vigilância Epidemiológica, enfermeira Eduarda Oliveira, a procura pelas vacinas tem sido considerada baixa, mesmo com as diversas estratégias de incentivo à imunização. “O movimento nas salas de vacina está fraco, apesar de estarmos em um período de intensificação e com horários ampliados, além de ações itinerantes e do Dia D de vacinação”, destacou.
Conforme dados da Secretaria Municipal de Saúde, até agosto de 2025, a cobertura da vacina VIP (poliomielite injetável) em crianças menores de 1 ano era de 85,90%, enquanto o reforço aplicado aos 15 meses alcançava 92,63%. Embora os índices estejam próximos da meta, a preocupação é com a adesão irregular e a possibilidade de redução da imunidade coletiva.
Em Uruguaiana, as equipes de saúde reforçam o convite aos pais e responsáveis para manter a caderneta de vacinação das crianças em dia. “Neste sábado, 25/10, vamos abrir a sala de vacina central das 9h às 13h.” destacou Oliveira.
Sobre a doença
A poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, é uma infecção viral aguda causada pelo poliovírus (tipos 1, 2 e 3). A doença é transmitida principalmente por via fecal-oral, através do contato com fezes ou secreções de pessoas infectadas, e pode causar sequelas graves, atingindo o sistema nervoso e provocando paralisia flácida nos membros inferiores. Nos casos mais graves, pode levar à morte se afetar os músculos responsáveis pela respiração e deglutição.
Os sintomas variam conforme a forma da infecção. Nas apresentações mais leves, o paciente pode sentir febre, dores musculares, fadiga e rigidez na nuca. Já nas formas paralíticas, ocorre a perda de força muscular e, em alguns casos, paralisia permanente.
Atualmente, não existe tratamento específico para a poliomielite, apenas medidas de suporte, como repouso, fisioterapia e acompanhamento médico. Por isso, a vacinação continua sendo a principal forma de prevenção.
O Brasil recebeu o certificado de eliminação da pólio em 1994, e desde então, campanhas de imunização em massa têm sido fundamentais para manter o país livre da doença. Entretanto, a queda nas coberturas vacinais nos últimos anos reacendeu o alerta de risco de reintrodução do vírus, que ainda circula em países como o Paquistão e o Afeganistão.
No país, são utilizadas duas vacinas: a VOP (oral), conhecida como “gotinha”, e a VIP (injetável). Ambas fazem parte do Calendário Nacional de Vacinação, aplicadas a partir dos dois meses de idade, com reforços até os cinco anos.
A data de 24 de outubro também homenageia o médico e pesquisador Jonas Salk, responsável pelo desenvolvimento da primeira vacina contra a poliomielite, junto com Albert Sabin. O avanço científico liderado por ambos mudou a história da saúde pública mundial, e desde então, a campanha global impulsionada pelo Rotary International segue comprometida em erradicar totalmente a doença.

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