A Argentina declarou estado de emergência hídrica pelos próximos 180 dias na região da Bacia do Rio Paraná a partir desta segunda-feira, 26/7. Sete cidades foram afetadas, incluindo a capital Buenos Aires. O decreto foi publicado pelo presidente argentino, Alberto Fernández.

A declaração de emergência dá ao ministro-chefe da Casa Civil, Santiago Cafiero, o papel de "delimitar as áreas afetadas pela emergência" e destinar os recursos necessários. Além disso, instruir diferentes áreas do governo a adotarem medidas para "mitigar as consequências da situação" hídrica que a região enfrenta. Dias antes, o governo também anunciou a criação de um fundo com US$ 10,4 milhões para reduzir os impactos do baixo nível de água. As outras cidades argentinas afetadas pelo estado de emergência são Formosa, Chaco, Corrientes, Santa Fé, Entre Ríos e Misiones.

Na última segunda-feira, 19/7, o Governo pediu aos cidadãos argentinos para reduzir o consumo de água, armazenar água da chuva para reuso e evitar a queima de resíduos para prevenir incêndios florestais. As orientações foram dadas com o intuito de aliviar a pressão sobre o Rio Paraná, que registra o nível mais baixo dos últimos 77 anos.

O Rio Paraná é utilizado para a exportação de cereais, como soja e trigo, como fonte de água potável e de irrigação e para a geração de energia elétrica. O rio nasce no sul do Brasil e flui pela Argentina, até próximo da costa de Buenos Aires. Com a falta de chuva no território brasileiro, o nível de água do Paraná no país vizinho está sendo drasticamente afetado.

O Brasil enfrenta a pior seca dos últimos 90 anos. Em junho, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse que o setor não trabalha com as hipóteses de racionamento de energia e de apagão. No entanto, pela gravidade da situação, é estimado que os consumidores paguem até R$ 3,6 bilhões a mais na conta de luz. Tais custos extras são gerados pela utilização de recursos mais caros de produção e transmissão de energia, que precisaram ser acionados por causa do baixo nível da água nas hidrelétricas.