Os indicadores criminais da Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul (SSP/RS) trouxeram a informação de que o primeiro semestre de 2022 contabilizou um aumento drástico no número de estupros e em Uruguaiana, passando de nove para 17 registros. Além disso, o documento divulgado nesta quinta-feira, 14/7, aponta que o município amargou um crescimento de tentativas de feminicídio durante os seis primeiros meses.

Foram sete registros de tentativas de assassinato de mulheres em razão de gênero distribuídas entre os meses de janeiro, fevereiro, março e maio deste ano. No ano passado, não foram contabilizadas tentativas de feminicídio nos seis primeiros meses no município. Além disso, foi registrado um assassinato, em abril deste ano. A métrica se repete em número e mês quando comparada ao ano de 2021, quando uma mulher foi assassinada também em abril.

Entre os outros três indicadores de violência contra a mulher acompanhados pela SSP - estupros, lesões corporais, ameaças - Uruguaiana registrou um número alarmante de estupros. Houve um aumento de 88,8% nos números que passaram de nove para 17 registros durante o primeiro semestre de 2022. Outro dado que mostrou aumento durante o período foram as lesões corporais que passaram de 114 para 120, representando um aumento de 5,2% a mais do que o registrado na mesma janela de tempo do ano de 2021.

No entanto, felizmente, é possível perceber uma redução nas ameaças durante os seis primeiros meses deste ano, que passaram de 194 para 163. Essa diminuição representa 15,9% a menos que em 2021.

Estado

No cenário acumulado desde janeiro, o RS contabiliza 55 feminicídios, seis a mais que no primeiro semestre de 2021, alta de 12,2%. Além do feminicídio, a variação dos números em relação a igual período do ano passado, foi de alta nas lesões corporais e de redução nos casos de ameaça, estupro e tentativa de feminicídio. No compilado do semestre em relação às ameaças, foi percebida uma redução de 5,7%, com os números passando de 16 131 para 15 217. Os estupros passaram de 1 120 para 1 045, representando uma diminuição de 6,7%. Já as lesões corporais passaram de 8 565 para 8 743, aumentando 2,1%.

Junho

Durante o mês de junho, o município foi palco de um aumento de 150% em relação ao número de estupros, que passaram de duas ocorrências para cinco. Entretanto, as lesões corporais e as ameaças representaram uma redução de 45% e 25%, respectivamente. Foram 11 registros de lesão corporal no sexto mês deste ano contra 20 no mesmo mês do ano passado. Já as ameaças caíram de 24 - em junho de 2021 - para 18, contabilizados em junho de 2022.

Os indicadores criminais de junho no Estado apontam aumento no número de feminicídios em relação ao mesmo mês do ano passado - o número de vítimas subiu 25%, de oito para dez. Entre essas dez mulheres assassinadas por motivo de gênero no mês, apenas uma contava com medida protetiva de urgência (MPU).

Em junho as ameaças passaram de 2 260 para 1 996, reduzindo 11,7%. Outra redução pôde ser vista em relação aos estupros, que caíram de 146 registros para 140, mostrando uma queda de 4,1%. Por outro lado, as lesões corporais aumentaram 5,7%, passando de 1 047 para 1 107.