Estado anuncia medidas de enfrentamento à violência contra a mulher
coação no curso das investigações
Ginecologista acusado de estupro é suspenso do exercício da medicina

O Poder Judiciário determinou ontem a suspensão do exercício da medicina a um ginecologista e obstetra suspeito de ter estuprado uma paciente. O inquérito policial tramita na Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) e a medida foi deferida pelo Judiciário após representação do delegado Nilson de Carvalho, por conta de suposta coação à vítima e a testemunhas.
Conforme o Delegado, no mês de agosto a vítima denunciou o estupro à Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA). Diante da gravidade dos fatos narrados pela vítima, o delegado plantonista representou pela prisão do médico, mas a medida foi negada pelo Judiciário. A ocorrência policial seguiu para a delegacia especializada, que atualmente está sob o comando de Carvalho.
Conforme ele, a vítima relatou que o crime ocorreu no consultório particular do médico, durante uma consulta ginecológica, no entanto, não deu detalhes do crime.
Ao longo do inquérito policial além da vítima, foram ouvidas testemunhas e por fim interrogado o médico. Neste período, chegou ao conhecimento dos policiais informações dando conta de que, por meio de terceiros, agindo em seu nome, o médico estaria coagindo e constrangendo a vítima e seus familiares, além de testemunhas do caso, com o objetivo de alterar os depoimentos prestados por elas.
Carvalho então pediu ao Judiciário a prisão preventiva do médico por coação no curso das investigações, além de solicitar medidas que o proibissem de se aproximar ou manter contato com a vítima e com as testemunhas.
O Judiciário novamente indeferiu o pedido de indeferiu prisão, mas determinou outras medidas ao suspeito, dentre as quais a suspensão do exercício da medicina e a proibição de contatar ou se aproximar da vítima, seus familiares e testemunha.
Carvalho ressaltou ainda que "eventuais vítimas devem denunciar todas as formas de violência, independentemente da classe social ou poder econômico do suspeito, pois todas as denúncias são devidamente apuradas e, havendo elementos que confirmem a prática do crime, as medidas legais são adotadas visando à proteção da vítima e responsabilização do agressor".
A investigação acerca do estupro ainda está e mandamento.
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