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Denúncia

Testemunhas são ouvidas em audiência sobre a morte de enfermeira

Arquivo pessoal – Divulgação imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - A enfermeira Priscila Ferreira Leonardi tinha 40 anos

Ocorreu na última sexta-feira, 26/4, em Alegrete, a primeira audiência de instrução do processo criminal que apura a morte da enfermeira Priscila Ferreira Leonardi, de 40 anos. O corpo da vítima foi encontrado às margens do Rio Ibirapuitã, em Alegrete, em julho de 2023.  

Quatro homens respondem por extorsão seguida de morte e por ocultação de cadáver, entre eles um primo de Priscila. O processo é conduzido pelo juiz de Direito Rafael Echevarria Borba, titular da Vara Criminal local. 

Na audiência, foram ouvidas cinco testemunhas de acusação e um informante. O magistrado também manteve a prisão preventiva dos réus, que estão na cadeia desde julho do ano passado. 

Ainda restam ser ouvidas mais três testemunhas arroladas pelo Ministério Público (MPRS). Após prazo de cinco dias, para manifestações de pedidos de diligências e outras providências, será marcada data para nova audiência. Em seguida, a instrução passará a ouvir as testemunhas indicadas pelas defesas.  

Após, será designada audiência para oitiva do colaborador (que fez delação premiada) e para interrogatório dos acusados. Ainda não há data para o julgamento dos réus.  

DENÚNCIA 

O MPRS havia denunciado nove suspeitos após três meses de apuração envolvendo oitiva de testemunhas e dezenas de medidas cautelares como quebras de sigilo bancário, fiscal, interceptações telefônicas, mandados de busca e apreensão de celulares, extração de dados telemáticos de mensagens. O juiz da comarca entendeu que não havia provas suficientes em relação aos outros cinco suspeitos. Assim como, pelos mesmos motivos, não recebeu a acusação em relação à associação criminosa de todos os nove investigados. 

A promotora Rochelle Jelinek recorreu deste afastamento do delito de associação criminosa para todos e também da decisão do magistrado de indeferir a acusação contra os demais cinco envolvidos. O julgamento do recurso ainda é aguardado, portanto, o processo segue em relação a quatro acusados. Dos quatro acusados que estão respondendo ao processo, o primo da vítima é apontado como o mandante do crime e os outros três são apontados como integrantes de uma facção que teriam executado o sequestro e morte. 

O assassinato 

Priscila morava desde 2019 em Dublin, na Irlanda, onde trabalhava como enfermeira em um lar de idosos. Ela regressou em 2023 a Alegrete, para resolver pendências do inventário do seu pai, falecido em maio de 2020. Também estava em busca de documentos de ancestrais com a intenção de encaminhar a cidadania italiana. A enfermeira desapareceu na noite de 19 de junho, após sair da residência que fazia parte da herança dela, mas era habitada pelo primo. Priscila tinha ido ao local para buscar pertences de valor sentimental. Ela embarcou, sozinha, em um veículo que supostamente havia sido chamado pelo primo para uma corrida particular, mas que era tripulado por um envolvido na trama. 

Depois do desaparecimento, o corpo foi encontrado em 6 de julho, em estado avançado de decomposição, preso a galhos à margem do Rio Ibirapuitã, em Alegrete. Havia sinais de espancamento e uma corda enrolada no pescoço da vítima. O exame de necropsia apontou asfixia como causa da morte. Ainda foi identificado traumatismo encefálico. 

Priscila e o primo Emerson tinham disputas patrimoniais. No seu retorno ao Rio Grande do Sul, a enfermeira teria tomado conhecimento de que foram sacados R$ 167,7 mil da conta do seu pai em cheques, em 2020, nas últimas semanas antes da sua morte. As beneficiárias dos valores, em parcelas, foram a esposa do primo e uma outra prima, que hospedava Priscila em sua casa em Alegrete. 

A enfermeira havia encaminhado a venda da casa que era do pai dela ao primo Emerson, mas ele não havia cumprido acordos de pagamento em duas ocasiões. Por isso, ela ingressou com processo judicial de cobrança de mais de R$ 200 mil contra Emerson no início de 2023. Esse era outro ponto de tensão na relação entre eles. O primo chegou a atuar como cuidador do pai de Priscila antes da morte dele. 


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