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Cinema norte-americano
Senhoras e senhores, este é David Fincher
Normalmente, quando a gente vê um filme, presta atenção em quem está em cena, nos atores que dão vida aos personagens por quem torcemos, com os quais nos identificamos, ou que detestamos. Mas em boa parte das vezes, não prestamos atenção em quem está por trás das câmeras, mas que é peça chave para o sucesso ou não de uma produção: o diretor.
E a dica de hoje é essa: a obra de David Fincher, premiado diretor e produtor de cinema norte-americano, responsável por alguns grandes sucessos dos últimos 20 anos. Além de filmes destacados, Fincher criou séries de sucesso, como House Of Cars e Mindhunter, e dirigiu grandes videoclipes, com nomes como Madonna, The Rolling Stones, Michael Jackson, Aerosmith, Jay-Z e Justin Timberlake.
Então, sem mais delongas, vamos falar sobre alguns dos seus trabalhos, que merecem ser vistos.
CLUBE DA LUTA
CLUBE DA LUTA (1999)
Inspirado no romance homônimo (no original Fight Club) de Chuck Palahniuk, publicado em 1996, o filme não foi sucesso nas bilheterias, mas estourou quando lançado em VHS e DVD (com direito até a uma edição de luxo com 24 horas de extras). Se tornou cult e continua muito popular e servindo de inspiração, talvez por provocar os espectadores e os conduzir a reflexões profundas acerca da sociedade e a da forma como vivemos. Frases marcantes saíram daqui, como “As coisas que você possui acabam possuindo você”, “Trabalhamos em empregos que odiamos para comprar porcarias de que não precisamos”, “É apenas depois de perder tudo que somos livres para fazer qualquer coisa”.
Essa é a história de um executivo bem de vida, a quem não foi dado um nome – ele é tratado apenas como ‘Narrador’ – brilhantemente interpretado por Edward Norton. Ele vive em função do trabalho e sofre de uma terrível insônia. Extremamente solitário, passa o tempo livre comprando coisas pelo telefone (estamos anos antes do e-commerce) numa tentativa de preencher o vazio que há em si. Desesperado em busca de ajuda, acaba viciado em grupos de apoio, onde se faz passar por doente terminal e finalmente consegue alguma melhora – e dormir. Mas com a chegada de outra ‘impostora’, Marla Singer (Helena Bonham Carter), volta ao que era antes. É quando entra em cena Tyler Durden (Brad Pitt), a quem conhece na volta de uma viagem de negócios.
Quando descobre que seu apartamento foi pelos ares em uma explosão e que perdeu todos seus bens materiais, é para Tyler que o Narrador pede ajuda e juntos, após uma bebedeira, eles fundam o Clube da Luta, onde homens fogem de suas vidas medíocres em lutas clandestinas de boxe.
Mas então, o Clube da Luta se espalha por todo o país e Tyler desaparece deixando para trás um rastro de destruição. Decidido a pará-lo, o Narrador começa a persegui-lo, com a estranha sensação de que conhece todos aqueles lugares.
QUARTO DO PÂNICO (2002)
Este é um filme que mostra como David Fincher é capaz de produzir um grande longa. Quarto do Pânico deve ser a produção mais simples da carreira do cineasta, reunindo uma trama que se passa quase toda em um único cenário e com um pequeno grupo de personagens. Ainda assim, é um filme eficiente.
Meg (Jodie Foster) acaba de se separar e junto com a filha adolescente, Sarah (Kristen Stewart), se muda para uma nova casa que possui um quarto do pânico, construído especialmente para emergências. Mas já na primeira noite das duas no novo lar, a casa é invadida por três homens, Burham (Forest Whitaker), Junior (Jared Leto) e Raoul Dwight Yoakam), e elas acabam correm para o quarto do pânico.
Usando um circuito fechado de TV, Meg observa, de dentro do quarto do pânico, a movimentação dos bandidos e vai tentar espantá-los, mas a situação fica ainda mais problemática com a soma de outros fatores, como a diabetes de Sarah, que necessita de medicação, e o fato de que aquilo que os homens estão procurando está justamente no quarto do pânico.
Assim está instalado um jogo de gato e rato, com os personagens provocando inteligentemente de um lado, na espera do que acontecerá no outro. E a cada jogada vem uma surpresa.
GAROTA EXEMPLAR (2014)
Inspirado no livro homônimo (Gone Girl), da escritora americana Gillian Flynn, o longa foi um tremendo sucesso de público e crítica. É um desses suspenses psicológicos que cumprem o objetivo e nos deixam perplexos.
Começamos por não saber o que sentimos por Nick Dunne (Ben Affleck), que a princípio seria um marido a procura da esposa, Amy (Rosamund Pike), que parece ter sido sequestrada. Enquanto a história vai se desenrolando, a gente vai mudando de opinião sobre ele, enquanto tenta saber se Nick é um cara cansado dos problemas e que de repente se vê em choque com o desaparecimento da mulher, Amy; ou se ele é realmente um aproveitador que encontrou a galinha dos ovos de ouro, mas agora ela se tornou uma pedra no sapato.
Quando a polícia começa sua investigação, fica claro que Nick é um cara que não sabe muito sobre a mulher e que o casamento vai de mal a pior. Só que agora ela desapareceu, bem no dia das bodas de madeira do casal. E quanto mais as horas passam, e mais gente se junta a busca por Amy Exemplar, a menina que inspirou a famosa série de livros infantis escrita por seus pais e que é a perfeição em pessoa, mais Nick parece culpado.
Primeiro ele quer encontrar a mulher, depois ele quer provar que é inocente. E quando a gente pensa que não cabe mais nada, vem mais bomba por aí.
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