Missão técnica
Comitiva gaúcha conhece sistemas de irrigação nos Estados Unidos
Leonardo Fouchard/Ascom GVG - Contatos estabelecidos pela comitiva reforçam compromisso do governo em ampliar áreas irrigadas e garantir segurança hídrica
Uma comitiva gaúcha, liderada pelo vice-governador Gabriel Souza (MDB), realizou uma missão técnica oficial ao Nebraska, nos Estados Unidos, a fim de fortalecer políticas públicas de irrigação e gestão de água no Rio Grande do Sul. A comitiva conheceu experiências e tecnologias de referência mundial em inovação agrícola e manejo sustentável da água.
“Voltamos ao Rio Grande do Sul com resultados concretos dessa missão. Firmamos uma cooperação técnica com uma das maiores referências mundiais em gestão da água, o Daugherty Water for Food Institute, e abrimos novas possibilidades de investimentos no setor de irrigação. Pudemos conferir a importância de se aliar tecnologia, governança e sustentabilidade para enfrentar os desafios das estiagens”, destacou. “O aprendizado nos ajudará a aprimorar as políticas públicas e a atrair novas parcerias para garantir segurança hídrica e produtiva ao Estado.”
O Termo de Engajamento assinado com a Universidade do Nebraska, referência mundial em gestão da água, foi um dos resultados mais promissores da missão.
O acordo, firmado por meio da Invest RS, prevê cooperação técnica, troca de dados e compartilhamento de pesquisas entre o Daugherty Water for Food Global Institute (DWFI) – Centro de Inovação em Água e Alimentos da universidade norte-americana – e instituições gaúchas. “Essa parceria vai permitir acesso a informações de monitoramento e análise preditiva de ponta, fundamentais para o planejamento da irrigação de forma sustentável”, explicou Gabriel.
Os aprendizados da missão e as expectativas de novos desdobramentos a partir da parceria foram ressaltadas pelo secretário da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, Edivilson Brum. “Neste último dia da missão, fizemos uma avaliação conjunta dos resultados, com a participação do professor Christopher Neale, da Universidade do Nebraska. Procuramos alinhar os próximos passos, como a criação de um comitê único para debater governança dos recursos hídricos, gestão integrada, otimização de programas de subsídio à irrigação e revisão de legislação”, detalhou.
Potencial de investimento em irrigação
Além da parceria acadêmica, a comitiva visitou as sedes das duas maiores empresas de irrigação do mundo, Valley e Lindsay, ambas com interesse em ampliar operações no Brasil. Gabriel Souza apresentou o potencial agrícola e tecnológico do RS e destacou programas estaduais que incentivam a expansão da irrigação, como o Irriga+RS e o Programa Supera Estiagem.
O vice-governador compartilhou com os especialistas americanos as políticas públicas de incentivo à irrigação que subsidiam até 20% do valor dos projetos, com limite de R$ 100 mil, o que tem mantido a indústria ativa e estimulado novos investimentos. “Ainda irrigamos menos de 4% das lavouras de milho e soja, e ampliar essa área é uma decisão estratégica do governo”, afirmou.
Outro ponto destacado por Gabriel foram os avanços recentes na simplificação do licenciamento ambiental para projetos de irrigação. As mudanças implementadas nos últimos anos reduziram a burocracia e facilitaram a instalação de reservatórios e sistemas de pivô central nas propriedades rurais. Além disso, o vice-governador ressaltou que ampliar a irrigação é um investimento de alto retorno econômico e social para o Estado.
Gabriel lembrou que, segundo estimativas do setor produtivo, as perdas anuais com estiagens chegam a R$ 40 bilhões. “Deixar de investir em irrigação custa muito mais caro do que investir. Cada real aplicado se traduz em mais produtividade, arrecadação e empregos. É uma política que se paga rapidamente e fortalece a base da nossa economia”, frisou.

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