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Cultura

Documentário resgata história do rock uruguaianense

Marcelo da Rosa Tajes/Divulgação imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Antes do AVC, em 2020, “Magrão” Henrique Mazzini posava ao lado do vinil que originou o documentário

Por Fredo Tarasuk

O documentário Prole Proibida - Os filhos que o Rock Não Esqueceu está em fase de produção e promete contar a trajetória de uma das bandas mais icônicas da cena rock de Uruguaiana. Idealizado, dirigido e produzido por Marcelo da Rosa Tajes, o projeto teve início em 2018 e foi oficialmente retomado após a pandemia com recursos da Lei Paulo Gustavo. O filme vai além de resgatar a memória de um grupo musical, abordando o impacto cultural da banda Prole Proibida e o cenário musical da cidade nos anos 80 e 90. 

Segundo Tajes, a ideia surgiu enquanto remexia sua coleção de vinis. "Eu estava mexendo nos discos de vinil em casa e vi que o vinil do Circuito de Rock RBS, de 1989, estava para completar 30 anos. Esse disco tinha músicas da Prole Proibida, banda que começou em 1985. Foi então que decidi conversar com os guris da banda e começamos a rodar algumas coisas em 2019, de forma totalmente independente", conta o diretor. As gravações, que inicialmente foram feitas com recursos próprios e muita dedicação, ganharam novo fôlego quando o projeto foi selecionado em um edital público. 

O documentário foca principalmente no ano de 1989, quando a Prole Proibida participou do festival Circuito de Rock, organizado pela RBS TV, e no lançamento do vinil que eternizou o momento. A formação original da banda contava com “Magrão” Henrique Mazzini (vocal), Eddie Castellano (bateria), Nilo do Canto (guitarra base), Adão Rosa (baixo) e Marcelo Rothammel (guitarra solo). Tajes também se propõe a fazer um retrospecto da vida atual de cada um dos membros. "Um é músico, outro é professor em outro estado, e temos o caso triste do Magrão, que está em coma vegetativo em casa", revela. 

A equipe técnica do documentário inclui nomes conhecidos do cenário local, como Neandro Catto Fioravante na edição e câmera e Rodrigo Lima Maycá na direção de fotografia e câmera. Além de Augusto Naziazeno nas animações e Cris Pizzolato na engenharia de áudio. O roteiro é de Marcelo Tajes e Anderson Fortes. As mídias e a produção executiva são de Roceli Fortes. Muitos desses profissionais são membros do Cineclube Macuco, grupo que vem fomentando a produção audiovisual em Uruguaiana. "Antes, éramos só nós, três gatos loucos pingados querendo fazer filme", brinca Marcelo, ressaltando que o cenário audiovisual da cidade vem ganhando força com o surgimento de novos talentos. 

Além de contar a história da banda, o documentário aborda a influência que a Prole Proibida exerceu sobre as gerações seguintes de músicos da região. No início dos anos 90, a banda montou o "Estúdio da Prole", onde várias bandas locais puderam gravar e ensaiar, influenciando diretamente o surgimento de grupos como Suicídio, OtraVersao e Jardins Elétricos. "Eles tinham toda a estrutura, os equipamentos de som, os PA’s. Muita gente se beneficiou disso, e o estúdio acabou fomentando o cenário musical da cidade", destaca o diretor. 

A produção executiva de Prole Proibida - Os filhos que o Rock Não Esqueceu está sob a responsabilidade de Marcelo da Rosa Tajes, que também lidera as iniciativas de divulgação. Um banner com QR Code na Biblioteca Pública de Uruguaiana permite que os interessados acompanhem o progresso da produção através das redes sociais. O leitor do CIDADE que queira acompanhar as novidades do doc pode acessar o link https://bit.ly/ProleProibida. O lançamento do documentário está previsto para ocorrer durante a Semana de Uruguaiana, em maio de 2025, com exibições gratuitas no Cine Prime e no SESC. "As primeiras 50 pessoas que forem ao Cine Prime vão ganhar uma cópia em DVD do documentário", adianta Tajes. 

Além das exibições, o produtor planeja uma série de ações sociais durante o lançamento. "Queremos angariar alimentos e roupas para instituições de caridade da cidade", explica. Tajes também pretende realizar uma campanha de apoio ao vocalista “Magrão” Henrique, que hoje se encontra em estado vegetativo após um AVC hemorrágico ocorrido em 2023. A história da Prole Proibida, marcada pelo sucesso e pela influência cultural, agora está prestes a ser eternizada em filme, garantindo que o legado do rock uruguaianense seja preservado para as futuras gerações. 

Futuramente, o documentário será disponibilizado gratuitamente no YouTube, ampliando o acesso à história dessa banda que marcou época e inspirou tantos outros músicos na região. Além disso, Tajes conta que todas as escolas municipais de Uruguaiana receberão uma cópia em DVD do documentário como uma forma de contar, preservar e nutrir a história do Rock uruguaianense. "Muita gente tem boas lembranças daquela época, e contar essa história é uma forma de preservar e fomentar a cultura musical local", conclui Marcelo.  


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