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Dia das Mães

O desafio de conciliar carreira e maternidade

Divulgação imagem ilustrativa - fireção ilustrativa -

Equilibrar a maternidade e a carreira é uma tarefa árdua e que pode se tornar motivo de preocupação para inúmeras mães e gestantes. Embora desafiador, mulheres contam que é possível conciliar a vida de mãe com a profissional.

Para Daiane Garcez é desafiador, mas ela mostra que há formas de combinar o trabalho com carteira assinada, a confeitaria artesanal e o papel de mãe do João Paulo, de quatro anos. "Conciliar a maternidade com qualquer outra função é desafiador, ainda mais no mundo em que vivemos, em que a mulher e mãe nunca satisfaz a expectativa. Percebo sempre uma cobrança em relação aos cuidados com o filho", conta.

Para ela, o questionamento diário é: "que cidadão eu estou criando para o mundo?". "Faço tudo da melhor forma profissionalmente, mas quando se trata de criação de um ser em um mundo com princípios tão deturpados, hoje em dia essa questão me faz pensar. Tento ser a melhor mãe", completa. Ela relata que nas jornadas de trabalho, ela faz as tarefas com muito amor e a maior realização é ver os consumidores felizes com os produtos. Em relação ao segredo da conciliação, ela acredita que para dar conta de tudo é preciso gostar do que se faz e se dedicar.

Daiana de Paula Fontoura, mãe da Martina, de quatro anos, teve que se dividir em muitas para cumprir o papel de enfermeira obstetra, responsável pela maternidade do Hospital Santa Casa, de mãe e de professora. Ela conta que sempre teve a rotina atribulada e, com a chegada do bebê, optou por estender a licença maternidade para suprir as demandas da pequena, que não aceitava qualquer outro tipo de complemento a não ser o leite direto do seio materno.

Quando a filha estava próxima dos dois anos, Daiana retornou ao hospital e posteriormente à docência no período noturno. Além das atividades com carteira assinada, a Enfermeira ainda realiza atendimentos pré-hospitalares às gestantes de forma autônoma, acompanhando-as em trabalho de parto em domicílio. "Por essa razão, há vezes em que eu chego a ficar mais de 48 horas sem dormir e sem encontrar com a Martina, então é bastante complicado", conta.

Ela diz que não é possível dar conta de tudo e que "alguma coisa sempre fica para trás ou fica uma lacuna". Para tentar compensar o tempo que passa fora de casa, Daiana diz que nos momentos com Martina não entram distrações. "Tento otimizar ao máximo e ter qualidade no tempo que eu tenho com ela. Nos finais de semana que temos juntas, procuro me dedicar a ela para que sinta que quando eu estou ali, eu realmente estou ali, sem me dedicar a outras coisas", explica. Apesar da pequena Martina entender a relação da mãe com o trabalho, Daiana afirma que não é uma rotina fácil. Após se questionar se a correria realmente valia à pena, há dois meses ela optou por parar de trabalhar à noite para poder acompanhar o crescimento da filha. "Percebi que era hora, pois pude ver que minha ausência estava afetando o comportamento dela".

Para a Enfermeira, o maior desafio que as mães modernas enfrentam é a falta de rede de apoio e de políticas que apoiam a nova realidade. "As mulheres vivem em uma sociedade em que elas são as grandes responsáveis pelos filhos, enquanto o pai é aquele que sai para o trabalho para manter o sustento da família, mas sabemos que essa não é a realidade de muitas famílias", aponta. Apesar de ter o marido como um parceiro que se dedica à paternidade, Daiana conta que é preciso ter muita organização na rotina do casal para que tudo se encaixe e saia conforme o planejamento.

Suzi Rolandi também teve que fazer escolhas quando o caçula nasceu. "Eu ainda trabalhava como funcionária em uma empresa, então depois de conversar com meu marido decidimos que eu deixaria o trabalho para me dedicar exclusivamente à criação do Luiz. Eu renunciei aos meus sonhos e projetos para cuidar especificamente dele. Não quis que ele ficasse com babá porque acaba que os valores de outras pessoas passam para a criança", conta. A saída foi empreender.

Hoje, Luiz Paulo está com 14 anos e, além dele, Suzi tem mais três filhos que já estão casados. Mas a atenção ao mais novo ainda é necessária e, por isso, ela se divide entre tocar a empresa de cursos, a loja de artigos evangélicos e ao filho.

Mesmo sendo uma rotina cansativa, Suzi conta que tem apoio do marido em grande parte das atividades, principalmente na área profissional, em que dividem as responsabilidades. Ela conta que a maior recompensa é poder dar a estrutura adequada para o crescimento do caçula, o que ela lamenta não poder ter feito com os mais velhos.

A cabeleireira e lojista Jocelaine Silva diz que não é nada fácil criar uma rotina em que seja possível encaixar todos os compromissos do dia. Ela se divide no salão, na loja e na criação do caçula de 12 anos. Além dele, 'Jô', como é conhecida pelas pessoas mais próximas, tem outras duas filhas, uma de 30 e outra de 21 anos.

Ela conta que o segredo para combinar tudo é fazer as coisas com dedicação e amor. "É bem difícil conciliar tudo. São tantas atividades que às vezes acho que não vou dar conta, mas temos que seguir. Principalmente, temos que amar o que fazemos. Amo meu trabalho, amo meus filhos, então tudo se torna mais fácil", completa.

Sandra Vasconcellos é mãe de três adultos e hoje se desdobra para conciliar a confeitaria e fornecer apoio aos filhos cuidando dos netos. Para ela, um dos maiores desafios é conciliar o prazer de ser avó com o trabalho. Ela conta que a neta fica com ela na parte da manhã e o netinho no período da tarde. Apesar de não darem trabalho é preciso dar atenção às crianças. Nesse meio tempo, ela encaixa as encomendas de doces e salgados que recebe. "O meu dia a dia é muito corrido, trabalho de segunda a segunda e só me dou ao direito de descansar quando tiro férias no verão. Acho que todas nós mulheres somos umas 'super-mães', porque cuidamos da casa, do marido, trabalhamos em casa e trabalhamos fora. Todo dia é uma superação", conta a confeiteira que migrou do ramo de moda e joias para a culinária há sete anos.

Para a fisioterapeuta Jaqueline Risson, o nascimento de Martín, hoje com dois anos e oito meses, é um divisor de águas. "Depois de me tornar mãe, a vida se tornou completamente diferente e, para mim, conciliar a maternidade com o trabalho não foi fácil. Eu era uma pessoa extremamente ativa e não me preocupava com o horário de encerrar o expediente. Após a gestação, mudei e passei a me dedicar muito ao meu filho. Amamentei até os dois anos, sempre busquei estar presente e dar o meu melhor. Ele é prioridade na minha vida em todos os sentidos. É um sentimento inexplicável, tudo virou segundo plano", diz.

Para conciliar a rotina atribulada da "mulher moderna, que possui inúmeras funções sendo mãe, profissional, dona de casa entre outras atividades", ela primeiro reduziu os atendimentos na clínica e depois encerrou as atividades para se dedicar ao pequeno. Mas a veia empreendedora trouxe mais uma guinada e a solução encontrada para conciliar trabalho e a criação do filho foi empreender. Ela montou sua própria empresa, na área de materiais para a saúde, e consegue trabalhar coladinha do rebento.


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