A cantora uruguaianense Maria Pya de Oliveira, de 17 anos, foi vencedora da Categoria Juvenil do festival de música nativista 1º Canto ao Saladeirinho, evento realizado junto com o 3º Canto ao Saladeiro, nas Ruínas do Saladeiro, em Quaraí. Maria Pya interpretou a música “Cordas de Espinho”, com letra de Marcos Aurélio Vasconcelos, garantindo o topo do pódio entre jovens intérpretes da região. 

No festival principal, o 3º Canto ao Saladeiro, a música “Visões de Campo e Alma”, interpretada por Anderson Marques, foi consagrada como a grande vencedora da edição adulta. A milonga, com letra de Zeca Alves e melodia de Fabrício Segatto, também levou os prêmios de Melhor Letra e Melhor Intérprete. O segundo lugar ficou com “Sereno”, chamamé de Juliano Santos, interpretado por Kayke Melo, e o terceiro lugar com “Saladeiro”, chamarra de Rafael Ferreira, interpretado por Igor Tadielo. 

Outros prêmios especiais incluíram Melhor Instrumentista (Ronison Borba, acordeon em Saladeiro), Melhor Melodia (Além das Cercas, José Mauro Nardes) e Música Mais Popular (Não São Apenas Ruínas). 

O evento, realizado em um espaço histórico, reuniu artistas, instrumentistas e compositores em um encontro voltado à preservação da cultura do pampa gaúcho. A abertura contou com apresentação do Quarteto Coração de Potro, e o público ainda conferiu o show de encerramento gratuito da dupla César Oliveira & Rogério Melo, ícones da música nativista. 

Na mesma categoria juvenil, o segundo lugar foi conquistado por Isabelle Campos Cavalheiro, de Porto Alegre, interpretando “Milonga de Bibiana”, enquanto o terceiro lugar ficou com Arthur Castro Simões, de Sant’Ana do Livramento, com a música “No céu da Fronteira”. A classificação evidencia a diversidade de talentos e cidades representadas no festival. 

Em suas redes sociais, Maria Pya comemorou a conquista: “Um pouquinho desse momento muito especial com a minha participação no 1° Canto ao Saladeirinho, onde conquistei a primeira colocação em minha categoria!” 

Ela também agradeceu aos músicos do grupo Coplas y Acordes, à professora Pyetra Cantora, que a orienta na formação vocal, e ao cabeleireiro João Oliveira, responsável pelo seu visual nas apresentações. 

O Canto ao Saladeirinho foi criado para revelar novos talentos e permitir que intérpretes de até 18 anos apresentassem composições inéditas, aproximando as novas gerações das tradições musicais regionais. A iniciativa reforça a continuidade do legado dos festivais que marcam a história cultural do Rio Grande do Sul desde os anos 1970. 

Encerrando a programação, artistas e público celebraram o fortalecimento da produção musical da fronteira. A vitória de Maria Pya de Oliveira simboliza a força das vozes jovens que renovam a tradição do canto regional, preservando o vínculo entre arte, identidade e território.