É lembrado anualmente, no dia 25 de novembro, o Dia Internacional para a não-Violência Contra as Mulheres. A data tem o objetivo de alertar a sociedade sobre os casos de violência e tortura contra as mulheres e incentivar as vítimas a denunciar os agressores.

Segundo a titular da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), Caroline Huber, denúncia pode ser feita de diversas maneiras. Ao procurar a Delegacia da Mulher é feito o registro de ocorrência e a vítima pode solicitar a medida protetiva caso queira. A Deam dará à vítima a melhor orientação possível de como proceder após a denúncia e ter a proteção, no entanto o registro pode ser feito na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) nos horários não comerciais.

Além disso, a Ronda Ostensiva Municipal Urbana (Romu) e a Brigada Militar também podem atender ao chamado. A Central de Atendimento à Mulher recebe e repassa a ocorrência à Polícia Civil quando é feita a ligação pelo número 180. A Polícia Civil também possui um WhatsApp em que a vítima também pode entrar em contato solicitando ajuda através do (51) 9 8444-0606.

Ainda de acordo com a Delegada, a violência psicológica também é um crime e é importante denunciar e registrar a ocorrência inclusive dos casos menos graves. Ela afirma que "o feminicídio não acontece normalmente de uma hora para a outra. Existem uma serie de fatos que o precedem, a própria violência psicológica ameaças lesões menos graves e depois que podem vir a culminar o crime que é o que a gente sempre busca evitar". Conforme uma estimativa da Polícia Civil, somente 10% das vítimas chegam até a delegacia para registrar.

Em um levantamento intitulado "Percepções da população brasileira sobre feminicídio", realizada pelo Instituto Patrícia Galvão e Instituto Locomotiva, divulgado nesta terça-feira, 23/11, mostra que, em 2021, 30% das mulheres foram ameaçadas de morte pelo seu parceiro ou ex-companheiro e 1 em cada 6 mulheres já sofreu tentativa de homicídio. No total, 97% das pessoas entrevistadas concordam que mulheres que permanecem em relações violentas estão correndo risco de serem mortas e 87% entendem que terminar a relação é a melhor forma de acabar com o ciclo da violência doméstica e evitar o feminicídio.

A data surgiu em decorrência do Dia Latino-americano de Não Violência Contra a Mulher, que foi criada durante o Primeiro Encontro Feminista Latino-Americano e Caribenho de 1981, realizado na Colômbia. O dia foi escolhido em homenagem às irmãs Maribal, que foram violentamente torturadas e assassinadas, em 1960, a mando do ditador da República Dominicana Rafael Trujillo.