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Barra do Quaraí

Incêndio atinge Parque do Espinilho

Divulgação imagem ilustrativa - fireção ilustrativa -

Um incêndio de grandes proporções atingiu a Reserva Estadual do Parque do Espinilho, na Barra do Quaraí, na noite de terça-feira, 22/2. No entanto, o fogo foi controlado e a chuva desta quinta-feira, 24/2, auxiliou a reduzir a linha de fogo.

Naquela noite, as chamas se alastraram com rapidez e o parque foi alvo de vários focos de incêndio, mas de acordo com o gestor do Parque, Mauricio Scherer, o fogo foi controlado. Agora restam somente os resquícios de brasas dos troncos de árvores que estiveram em chamas.

Scherer conta que os bombeiros estiveram no local, mas o primeiro combate foi realizado pelo guarda parque da unidade. Em seguida o efetivo do Corpo de Bombeiros de Barra do Quaraí esteve no local para controlar as chamas. O fogo inicialmente foi controlado, mas durante a madrugada do primeiro dia de incêndio, as chamas voltaram. Neste episódio, os bombeiros também tiveram vitória e conseguiram eliminar o fogo.

O incêndio

O Gestor conta que inicialmente, na terça-feira, 22/2, por volta das 19h, foram identificados três focos de queima sem conexão entre si, o que traz o indício de que o incêndio foi intencional provocado por humanos. O local dos focos era a partir de uma trilha conhecida por pessoas fazem acesso para caça ilegal, pesca e eventualmente até para 'namoros'.

"É um lugar bastante conhecido e vulnerável, se tornando mais vulnerável pela dificuldade que o parque tem da falta de servidores. A área total do parque é 1 617 hectares, sendo somente dois servidores para realizar o cuidado. Esses dois servidores também trabalham em outra unidade de conservação: a Reserva Biológica do São Donato em Itaqui e Maçambara, que em janeiro também pegou fogo" ele conta.

Foram estabelecidos os primeiros combates a partir das 19h até cerca de 22h, em dois fragmentos de fogo. Scherer relata que o terceiro foco se dispersou em direção a uma área com vegetação muito densa e fechada e no rumo a um arroio, e isso não representava grandes problemas. Após esse momento, o gestor monitorou o local até cerca de 1h da madrugada do dia 23, até que, houve uma mudança na direção do vento.

Com a mudança de direção, ocorreu uma nova propagação de fogo em direção ao interior do parque. A equipe do Corpo de Bombeiros de Barra do Quaraí foi requisitada, mas a situação estava bastante complexa e difícil de controlar pois a linha de fogo estava bem extensa e era necessário que mais profissionais estivessem no combate.

O Corpo de Bombeiros de Uruguaiana foi solicitado para dar aporte aos serviços que já estavam sendo prestados. A equipe que estava no local conseguiu controlar e confinar o fogo em uma parcela onde fosse possível monitorar e que dificilmente iria se propagar para outras áreas do parte. O local foi monitorado até as 7h da quarta-feira, 23/2 e felizmente não houve mais incidência de fogo.

Por volta do meio-dia desta quinta-feira, 24/2, ocorreu um novo foco de incêndio Apesar do combate inicial, a proporção estava muito ampliada. Scherer explica que o fogo se alastrou por uma zona do parque que fornecia mais "combustível", ou seja, que oferecia propagação mais fácil devido a vegetação local composta por gramíneas, herbáceas, e áreas secas e nesse momento o fogo saiu de controle. Foi solicitado novamente o apoio externo dos Bombeiros.

Perdas irreparáveis

De acordo com Maurício, foram perdidos cerca de 100 hectares. "Para um incêndio em ambiente natural e zona rural, não é muito, considerando o contexto de estiagem e seca, têm outras propriedades que perderam mais áreas em incêndios. No entanto é importante destacar que a biodiversidade do Parque do Espinilho é única para o Brasil".

A área queimada representa uma perda de espécies que só ocorrem nessa região. Além disso, atrapalha também o período de reprodução de aves migratórias que escolhem o Parque do Espinilho para reproduzir, como, por exemplo, o Bico reto azul (Heliomaster furcifer). A espécie vem da Amazônia para se reproduzir no local.

Outro dano irreparável é a perda de habitat do Gato Pampeano. Até três anos atrás, a espécie era considerada como Gato Palheiro, que também encontrada no México e outras áreas da América do Sul, no entanto, foi descoberto que, na verdade, esta é uma espécie endêmica, ou seja, única deste local. "A espécie, que é muito rara de se enxergar, ocupava aquele ambiente. Essa perda de habitat é uma tragédia", finaliza.


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