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2021

RS registra aumento de mais de 20% de feminicídios

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Um levantamento da Polícia Civil do Rio Grande do Sul apontou que, em 2021, uma mulher foi morta por razão de gênero no Estado a cada 3,7 dias. Os números ficam piores quando se compara com 2020: foram 97 mortes em 2021 e 80 em 2020, o que mostra um aumento de 21,25%.

Uruguaiana, localizada na região Sudoeste do Estado, registrou 36,36% dos feminicídios consumados, e o mesmo número é visto também em São Borja. São Gabriel está na lista, com 18,18% dos casos, seguido de Bagé 9,1%. Em 2021, 59 Municípios do Rio Grande do Sul apresentaram registro de feminicídio consumado. A região metropolitana registrou 37,1% dos casos, com 36 feminicídios consumados, seguida pela região Noroeste, com 20 casos, Sudoeste com 11, Nordeste com nove, Sudeste com oito. A região Centro Oriental registrou sete casos e a Centro Ocidental seis.

O estudo mostra que 81,5% dos autores eram companheiros ou ex-companheiros das vítimas. Cerca de 11% dos casos, o autor tinha algum parentesco com a vítima, como, filho, genro, pai, padrasto, entre outros. Somente em 6% dos casos a vítima e o autor não tinham vínculos, por exemplo, desconhecidos, conhecido da família, vizinho etc.

No estado, seis mulheres morreram por agressões decorrentes de violência sexual. Dentre elas: uma adolescente, de 14 anos de idade, estuprada e morta por um desconhecido; duas meninas, de 13 anos de idade, estupradas e mortas pelo pai e pelo padrasto; uma criança, de 5 anos de idade, estuprada e morta por um amigo da família.

Apesar de 34% dos crimes serem cometidos com arma de fogo e 24% com armas brancas, os feminicídios ocorreram em sua maioria por outras agressões, totalizando 36%. Os crimes que empregaram o uso de fogo ficaram na casa dos 4%. Outro dado alarmante é que 74% dos casos ocorreram na própria casa da vítima, sendo 48% no final de semana e 58% durante o dia.

A Polícia Civil também alegou no estudo que apenas dez vítimas possuíam Medidas Protetivas de Urgência vigentes na época do fato, ou seja, 89,7% não possuíam as MPUs e a cada 9,7 vítimas de feminicídio consumado, apenas uma possuía MPU vigentes. No total, 67% das vítimas não possuíam nenhuma ocorrência policial contra o agressor. Em relação às investigações, 80% dos Inquéritos encontram-se concluídos e remetidos ao poder judiciário.

O perfil da vítima gaúcha também foi traçado pelo estudo: 79% delas tinham entre 18 e 55 anos, sendo 82,5% das vítimas brancas 11,5% das vítimas negras. No total, 55% das vítimas tinham instrução até o ensino fundamental e 71% delas eram solteiras e 21% casadas. Das 97 mulheres mortas em 2021, 63 eram mães, e dentre essas, 22 tinham filhos com o próprio autor do feminicídio.

O estudo abordou também o perfil do agressor: do total, 63 deles possuem antecedentes policiais, dentre eles, 28 têm antecedentes policiais por violência doméstica. A faixa etária da maior parte dos agressores, o que corresponde a 67%, fica entre 18 e 55 anos, sendo 76% brancos e 11% negros. Do total, 48,5% dos agressores têm instrução até o ensino fundamental e 77% deles são solteiros e 11% casados. Após cometerem os crimes, 31% cometem suicídio. Dos que continuam vivos, 61% foram presos.

Em relação às crianças, frutos desses relacionamentos, 129 filhos, entre maiores e menores de idade, tiveram suas mães assassinadas por razões de gênero em 2021 e 15 filhos perderam pai e mãe para a violência doméstica, uma vez que o autor cometeu feminicídio seguido de suicídio. A maior parte dos filhos, o que corresponde a 73 pessoas, têm acima de 18 anos, 33 possuem entre 12 e 18 anos, 17 possuem entre quatro e 12 anos e seis crianças abaixo de quatro anos perderam suas mães para a violência de gênero.

De acordo com a titular da Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam) de Uruguaiana, delegada Caroline Huber, as denúncias podem ser feitas através do Disque 180; do WhatsApp da Polícia Civil (51) 98444-0606; da Deam 3411-1125 ou 3411-1168 ou presencialmente na Delegacia na Avenida Presidente Vargas, 3905.

A Delegada também alerta para que as mulheres peçam ajuda. Em situações que estejam acontecendo na hora, basta ligar para o número 190 da Brigada Militar ou 153 da Ronda Ostensiva Municipal Urbana (Romu).


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