URUGUAIANA JN PREVISÃO

BRIANE MACHADO

Copo meio cheio

Somos eternas crianças em desenvolvimento.

Não entendestes, não é mesmo?

Você não deve lembrar de tudo, a infância de alguns de nós já passou há belos e longos anos, mas não custa fazer um breve resumo sobre como chegamos onde estamos.

Quando nascemos, não tínhamos a menor noção e entendimento de nada do que estava acontecendo ao nosso redor. Não conhecíamos as pessoas, não sabíamos como nos alimentaríamos e nem que isso seria necessário para nos manter vivos.

Não tínhamos ideia de como preparar uma papinha, que precisávamos trocar fraldas, que o banho é necessário.

Até então, a fala era algo complexo que só aqueles "gigantes" que estavam nos dando amor e suporte poderiam fazê-la.

Ouvíamos todos os tipos de assuntos, desde a marca da fralda que usávamos até sobre a crise econômica do país - exatamente, não entendíamos nada.

Com o passar do tempo, começamos a compreender os sorrisos daqueles que nos amam a cada conquista diária que tivemos. Até aqui, parece um pouco bizarro, estranho falar sobre isso.

Porém, seus pais, sua família deve lembrar até hoje o dia em que destes os primeiros passos; quando surgiu o primeiro dente; quando conseguiu banhar-se sozinho; quando escolheu a própria roupa pela primeira vez; como foi o primeiro dia de aula; o primeiro amigo que tivestes; o primeiro tombo; a primeira leitura; o primeiro cálculo de somar; a primeira vez andando de bicicleta sem rodinhas; o primeiro gol marcado no jogo de futebol; o primeiro passo de dança executado com perfeição.

Quando crianças, cada pequena conquista era como se tivéssemos acertado os seis números da Mega Sena acumulada: vibrávamos por cada detalhe.

E eu, particularmente, lembro de várias conquistas que me fizeram feliz durante a infância e a adolescência. São memórias positivas que carrego como alento para a fase adulta.

Hoje, pensamos em conquistar muito e, em sua maioria, não conseguimos sequer pensar que elas podem ser baseadas em sentimentos, em essência, isto é, daquilo que dinheiro nenhum no mundo é capaz de comprar.

Quando perguntamos para qualquer pessoa o que o faria feliz por ter conseguido alcançar, ouvimos que foi a compra de uma casa, de um carro ou uma viagem que estava sendo planejada há anos.

Alguns, projetam as conquistas somente na vida profissional: foi promovido na empresa, alcançou o cargo que tanto queria, concluiu um curso fora do país.

Vamos concordar que tudo isso faz parte de tudo que almejamos, principalmente, quando estamos na faixa dos 30 anos.

Entretanto, não somos somente o que temos ou o que compramos. Somos bem mais que isso.

De certa forma, acabamos esquecendo de tudo que é importante, talvez pela correria do dia a dia ou pela quantidade de boletos que recebemos ao longo do mês.

Deixamos de vibrar por nossas pequenas conquistas: abrir um pote de conserva, trocar uma lâmpada ou um pneu, estourar pipoca sem queimá-las, encontrar aquele livro antigo que há tempos gostaria de ler, ter tempo para um café com amigos, passar alguns dias com quem ama.

A vida é feita de conquistas diárias que, muitas vezes, esquecemos de agradecer.

Você vê o copo meio cheio ou meio vazio?

 

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