URUGUAIANA JN PREVISÃO

Ricardo Peró Job

Luzes & Sombras

A bola da vez
A ONU não parece muito preocupada com a guerra entre Rússia e Ucrânia, pois em menos de uma semana, em duas ocasiões, teceu duras críticas ao governo brasileiro. Na primeira delas, a impagável chefe do Conselho dos direitos humanos da ONU, a socialista chilena Michelle Bachelet, em discurso na entidade declarou estar preocupada com ataques contra congressistas e candidatos - especialmente afrodescendentes, mulheres e membros da comunidade LGTB - durante o pleito para a presidência do Brasil. "Eu peço que as autoridades garantam o respeito aos direitos fundamentais e às instituições independentes", disse Bachelet, que não contente, também denunciou casos de violência policial e racismo no país. A "chefeta" também disse estar "alarmada pelas "ameaças contra ambientalistas, defensores dos direitos humanos e a população indígena".
Cabe lembrar que o preocupado Conselho hoje é composto pelas "democráticas" Líbia, Mauritânia, Sudão, Namíbia e Indonésia, além das importantíssimas Ilhas Marshall. De respeito, só compõe o grupo, Japão e Coréia do Sul.
Sua segunda manifestação se deu após o governo brasileiro ter empregado mais de 280 homens, dois aviões e dezenas de embarcações na busca pelo jornalista Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira, encontrado os corpos e ter prendido os responsáveis por suas mortes. Bachelet cobrou das autoridades brasileiras a realização de investigações imparciais sobre o crime. Cobranças seletivas. Durante uma recente visita à China, nossa heroína não se animou a condenar a perseguição e o extermínio dos uigures, a minoria muçulmana daquele país, assim como jamais criticou a ditadura cubana pela violenta repressão contra uma manifestação pacífica em 2021, quando 318 pessoas foram condenadas à prisão. Também jamais se pronunciou sobre o trabalho escravo na África. Costa do Marfim e Gana são responsáveis pela produção de 60% do cacau que abastece as grandes fábricas norte-americanas e européias de chocolate. Em 2010, um jornalista dinamarquês investigou o trabalho escravo de crianças nestes países e produziu o documentário "O Lado Negro do Chocolate". Com ajuda de lideranças locais, filmou com câmeras escondidas o tráfico e o trabalho escravo de crianças nas lavouras de cacau. A ONU até hoje finge não saber de nada. Mas a omissão, infelizmente faz parte da história deste organismo. Em 1994, durante cem dias, tropas armadas da ONU assistiram ao vivo e a cores ao massacre de 800 mil pessoas da etnia tutsi em Ruanda por extremistas hutus sem levantar um dedo para impedir o genocídio.
Mas Bachelet e sua ONU não estão sozinhas. As acusações internacionais contra o governo brasileiro se tornaram corriqueiras, desde que Jair Bolsonaro assumiu a presidência da República. Graças ao desconhecimento histórico por parte de europeus e norte-americanos sobre o nosso país e das notícias distorcidas saídas daqui, alguns importantes meios de comunicação internacionais passaram a tratar o Brasil como uma republiqueta de bananas, cuja única atividade seria a de destruir o meio-ambiente. Se tornou "chique" acusar o Brasil de destruir a natureza, sob o aplauso de Ongs nacionais e estrangeiras, antes abastecidas com dinheiro dos nossos impostos e de organizações rurais européias interessadas em destruir o agronegócio brasileiro. Já sobre os recentes atos dos Estados Unidos e Europa, que diante da guerra entre Rússia e Ucrânia estão liberando a destruição de suas pouquíssimas áreas de preservação ambiental e voltando a ativar suas perigosas usinas nucleares além das  mais poluentes, as movidas a carvão, o silêncio dos mesmos acusadores do Brasil é constrangedor. Na semana passada os EUA liberam para a agricultura suas áreas de conservação ambiental, atendendo ao pedido de grupos de produtores rurais. A desculpa foi a de a aumentar a oferta de alimentos e frear os impactos da guerra. A Alemanha, por sua vez, que junto com a França tem se destacado nos ataques ao Brasil, liberou a derrubada de uma floresta de carvalhos de 12 mil anos para extrair carvão. Inexplicavelmente, até agora, ONU, Greta Tumberg e Leonardo de Caprio não os condenaram.

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