Ricardo Peró Job
Luzes & Sombras
Jabuti criminoso
Jair Bolsonaro sancionou o novo marco legal do saneamento básico, com alguns vetos, entre eles, o absurdo a artigo 16, que autorizava que as estatais renovassem por mais 30 anos os contratos atuais e vencidos, desde que isso ocorresse até março de 2022. O "jabuti" foi incluído na Lei por deputados que queriam assegurar o direito das estatais de não cumprirem com as suas funções e não respeitarem contratos assinados com os governos estaduais e municipais, como a gaúcha Corsan costuma fazer. Se o veto for derrubado na Câmara, a nova lei só terá efeito real daqui a 30 anos, fazendo com que 100 milhões de brasileiros continuem sem esgoto, trinta milhões sem água potável.
Absurdo
A RBS, afilhadinha da Rede Globo, não tem mesmo vergonha na cara. Na quinta-feira que passou, se prestou para entrevistar na Rádio Gaúcha o condenado por corrupção e formação de quadrilha Luiz Inácio da Silva, o Lula, responsável pelo maior saque aos cofres públicos de que se tem notícia no Ocidente e pela quebra do país. Entre as pérolas disparadas pelo criminoso, a de que em eventual segundo turno entre Moro e Bolsonaro votaria em branco, foi a mais repugnante. Moro foi um dos juízes que o condenou por ser um ladrão, Bolsonaro foi quem pôs fim a 14 anos dos governos de sua quadrilha através de uma eleição livre. Outra foi a de que vai dedicar o resto da vida para desmascarar Moro e Dallagnol. Trata-se de um psicopata que acredita na próprias mentiras.
Na mosca
Que o polêmico filósofo Olavo de Carvalho é maluco, ninguém duvida. Sua lista de ex-amigos e seguidores é extensa, assim como a de absurdos proferidos e ataques virulentos à esquerda mundial em suas "palestras". Seu repertório de palavrões, normalmente dirigido aos seus adversários ideológicos, também é tão famoso, mas esta semana, em entrevista, ao comentar a atitude servil e covarde da mídia nacional ante os ataques do Judiciário e Legislativo à liberdade de expressão, acertou na mosca: "No Brasil, a imprensa é contra a liberdade de imprensa.".
Na calada da noite
Aproveitando-se da fixação da mídia nacional com a pandemia da Covid-19, um bando de deputados, a maioria deles com problemas com a polícia e a Justiça, atua nos bastidores da Câmara para afrouxar a PEC da prisão na segunda instância, que restabeleceria a prisão após condenação por colegiado. Numa aliança entre petistas e seus satélites - que não querem que seu líder máximo volte para a cadeia - bolsonaristas - que temem que Flávio, o número 1 vá para o xadrez - e o Centrão, cuja maioria dos membros só está em liberdade pela morosidade da Justiça e pela decisão do STF oficializar a impunidade ao derrubar a prisão em 2ª instância, trabalham na calada da noite contra o retorno da prisão na 2ª instância. Segundo o deputado Fábio Trad (PSD), relator da proposta, Ele evita falar em nomes, um movimento de partidos para desfigurar a proposta.
Crimes hediondos
O deputado federal Dr. Jaziel, do PL do Ceará, quer tornar hediondos crimes contra a administração pública durante a pandemia. Boa medida, sem dúvida, mas os crimes contra a administração pública deveriam se tornar hediondos mesmo fora de pandemias. Quem rouba da saúde, por exemplo, é responsável pela desassistência de pacientes, que muitas vezes resulta na morte destes; quem surrupia verbas destinadas a manutenção e duplicação de estradas, é responsável por acidentes, muitas vezes fatais; quem desvia verbas da segurança pública, é responsável pela morte de cidadãos e policiais. Portanto, são todos assassinos. Deveriam ser tratados como tal.
Colunista imbecil
Luciana Bugni , uma jornalista que edita a Universa, canal feminino do Uol, da Folha de São Paulo, em sua coluna da sexta-feira que passou, fez uma defesa do "youtuber" Felipe Neto, que entre outras barbaridades, publicou um vídeo no qual ensina crianças e adolescentes, seu público, a "importância " do sexo oral. Suas postagens originaram a reação de um grupo denominado "Mães contra Felipe Neto". Sob o título "Mães contra Felipe Neto: o movimento é pela educação ou pelo preconceito?", Luciana escreveu: "O que (as crianças) não podem de fato é ver algo homofóbico, que incentive o desrespeito e o ódio. E isso, parece que Felipe não faz mais mesmo. Vi este ódio, aliás, no Twitter, partindo das pessoas que condenavam o youtuber. Felipe não presta, segundo as famílias que o odeiam, porque entrevistou uma mãe de pessoa trans e beijou um garoto na boca num vídeo, algo assim. Uai. E esse é o grande problema? Não entendo porque seria."
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