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Combate ao carrapato é tema de debate de veterinários na Expointer

A principal praga da pecuária de corte gaúcha, restrita aos países do terceiro mundo, foi tema de palestra promovida pelo Sindicato dos Médicos Veterinários do Estado do Rio Grande do Sul (Simvet/RS), na Expointer 2018. O painel "Programas de combate ao carrapato" detalhou, no Parque Assis Brasil, em Esteio, os avanços do trabalho de resistência dos fazendeiros para controlar a infestação, que causa perdas bilionárias, no rebanho bovino.

Para o presidente do Conselho Técnico da Conexão Delta G, Bernardo Potter, o carrapato é um problema de ordem pública. "O parasita traz muitos prejuízos para o Rio Grande do Sul, em especial, porque nós temos as raças europeias que são extremamente suscetíveis a ele e, consequentemente, a principal doença transmitida pela praga que é a tristeza parasitária bovina", alerta.

De acordo com o palestrante do painel, as perdas diretas e indiretas são robustas para os fazendeiros, a indústria e os consumidores. "Com o aumento das lavouras na Metade Sul do Estado, por exemplo, onde está concentrada a pecuária de corte, diversas áreas ficam sem carrapato. Quando elas são retomadas para a atividade a praga infesta essas áreas causando muitos prejuízos. Entre eles, mortes e perda de peso nos animais e a tristeza parasitária bovina. O couro do Rio Grande do Sul também fica com valor mais baixo em função de ser picotado por causa da exposição ao carrapato. Já a carne com resíduos químicos para controlar a praga não alcança muitos mercados internacionais, como Japão e Coréia do Sul. Países que remuneram muito", explica.

Por conta disso, Potter defende a seleção genômica para a resistência dos bovinos à infestação dos carrapatos como uma solução para o problema. "Podemos conseguir isso sem o uso de químicos e inseticidas, somente selecionando genética mais resistente. Já temos identificadas linhagens, tanto de Hereford e Braford, com essa característica. Esse é o caminho", afirma.

Outro painelista do evento, o mestre em produção animal, Octaviano Pereira Neto, afirma que o carrapato é um inimigo silencioso que exige entendimento para ser combatido. "O carrapato não é nativo do Brasil, foi trazido pela colonização espanhola. Cada fêmea coloca 1,5 a 3 mil ovos e mais de 80% eclodirão se o clima for favorável. Essas larvas duram muito tempo, possuem em torno de seis meses para procurarem um hospedeiro. Isso vem acontecendo há décadas, milênios", finaliza.

Com informações da Agroeffective

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