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Inclusão de novas disciplinas na Base Curricular divide opiniões

Ilustração / Tânia Rego / EBC imagem ilustrativa - fireção ilustrativa -

Especialistas na área educacional foram ouvidos em audiência pública, nesta quinta-feira, 24, pela Comissão de Educação (CE) do Senado. Eles foram convidados para debater a inclusão de temas como educação financeira, cidadania e empreendedorismo na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) das escolas.

A BNCC é um documento que define o essencial que deve ser ensinado para todos os brasileiros tanto nas instituições públicas como em estabelecimentos privados de todo o país. Alguns especialistas ponderaram que a implantação da Base ainda está em curso e, portanto, propor acréscimos de disciplinas ainda é algo que precisa de muita cautela.

Apesar de ser obrigatória, a BNCC vem passando por mudanças desde 2015. Hoje, cerca de 97% dos municípios brasileiros adotam o documento.

Para o professor na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP) Ocimar Munhoz Alavarse, a BNCC não pode ser tomada como "currículo obrigatório".

"A BNCC não pode ser vista como a única maneira de trabalhar os conteúdos escolares, uma lista de conteúdos não basta, mas a maneira de traduzir esses conteúdos em processos de aprendizagem, nas materializações dessas aprendizagens, comporta ainda, queiramos ou não, outras abordagens", defendeu.

Para o representante da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Marcelo Ferreira da Costa, a base curricular tem ajudado a recuperar os atrasos na aprendizagem causados pela pandemia da covid-19.

"Nós fizemos seis ondas de pesquisa desde o início da pandemia, perguntando aos dirigentes municipais como é que as redes estavam lidando com a pandemia. De um modo geral, entre as respostas, sempre aparecia a necessidade da implementação da base e a importância desse documento para que nós pudéssemos ter uma estrada única", disse.

Para Hugo Heleno Camilo Costa, da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd), a BNCC reduz a possibilidade de adequação das escolas às realidades locais.

"Sobre as defesas recorrentes de que a BNCC visa garantir o mínimo, o básico, importa salientar seu caráter controlador, para além de qualquer mínimo, reduzindo possibilidades locais de construção de currículos, nas e com as escolas", criticou.

Segundo a Comissão de Educação, o debate serviu para a formulação de orientações específicas quanto aos planos de monitoramento da aplicação da Base no país.


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