A consulta pública aberta pelo Ministério da Saúde sobre a vacinação contra a covid-19 em crianças de 5 a 11 anos, recebeu 99.309 contribuições. Realizada até o domingo, 2/1, a maioria afirmou ser contra a exigência de prescrição médica para imunização de crianças. A informação foi dada pela secretária de enfrentamento à pandemia do Ministério, Rosana Leite de Melo, durante a audiência pública que debate o tema nesta terça-feira, 4/1.

A imunização dessa faixa etária contra o coronavírus já foi autorizada pela Anvisa no dia 16 de dezembro, mas vem sendo questionada pelo ministro da Saúde Marcelo Queiroga e pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), que defendem uma prescrição médica e um documento com o consentimento dos pais para vacinação de crianças, mesmo com a aprovação da Anvisa.

Ainda de acordo com Rosana Leite de Melo, a maioria das pessoas que respondeu a consulta pública se mostrou contraria a obrigatoriedade da vacina e defendeu a priorização de imunizar primeiro os menores com comorbidades.

A vacinação dessa faixa etária pode ser feita apenas com o imunizante da Pfizer, que terá uma dose diferente daquela aplicada nas pessoas maiores de 12 anos. Queiroga afirmou, nos últimos dias, que a vacinação das crianças começaria na segunda quinzena deste mês mas não divulgou como será feita a imunização. A farmacêutica Pfizer anunciou que ainda neste mês fará o envio das doses destinadas ao grupo.

Audiência Pública

Além da consulta pública, o Ministério da Saúde promoveu nesta terça-feira uma audiência pública para debater a inclusão das crianças no Plano Nacional de Imunização contra a covid-19.

O encontro reuniu especialistas e representantes de entidades para discutir o tema. Entre os presentes, estão enviados da Pfizer, da Câmara dos Deputados e do Senado, e de sociedades médicas como a de Pediatria e de Imunizações. A Anvisa não participou da audiência.

O debate não chegou a um desfecho até o fechamento desta edição.