BRIANE MACHADO
Alguém sabe?
O ano virou e tudo que víamos nos noticiários diários era baseado no ego de poucas pessoas, aquelas que nos servem de exemplo sobre "o que não fazer" ou "como não ser".
O mês de janeiro passou e começamos a ter certa noção sobre um vírus que seria o responsável por mudar a realidade do mundo, em amplos aspectos.
Logo, essa propagação e letalidade chegou ao Brasil disseminando a morte, a cura, a tristeza, a alegria, a empatia, o ceticismo.
A raça humana está atravessando um longo período em que a fé e a descrença são postas lado a lado para validar a dubiedade das pessoas.
Vi pessoas dizendo: "Não vou usar máscara. Se for a hora, Deus vai me levar".
Em duas frases podemos observar os contrapontos dos seres humanos. Em única resposta, a empatia e amor ao próximo dão lugar ao egoísmo, seguidos de uma exaltação religiosa.
Logicamente, não somos evoluídos a ponto de deixar o ego de lado e sobrepor o bem coletivo àquilo que pensamos ser o certo para somente uma pessoa.
Diferentemente, vejo pessoas que não exaltavam sua fé praticando atos de esperança, buscando, a sua maneira, formas de alcançar um pouco de paz no caos.
O Coronavírus nos colocou diante de paradoxos capazes de fazer repensar a estadia nesta dimensão. O quão bom estamos nos tornando? Será mesmo que a enfermidade, a economia, a política são capazes de entrar em um colapso tão grande a ponto de alterar a espécie humana em suas (des)crenças e escala de propósitos?
Há algum tempo, as notícias sobre a Guerra na Síria não são mais tão importantes assim e cederam espaço para o que vem afetando a coletividade, mundialmente.
Ora, mas a guerra não afeta a todos em amplos sentidos? Afeta. Mas, não da forma que um vírus afeta o meu país, o meu estado, a minha cidade, o meu bairro, a minha vida.
Egoísmo? Não, é a realidade.
Só passamos a ter noção da dimensão de cada fato quanto passamos a vivê-lo.
Em razão de não estar mais a par do que está acontecendo com o mundo, além da propagação do vírus, fui buscar na internet as informações mais atualizadas.
Alguém sabe como está o mundo além do coronavírus?
Como resultados para a Síria apareceram três links no final da primeira página do site de busca. Porém, nada que fosse extremamente relevante para atualização.
A violência doméstica vem crescendo de forma vertiginosamente, como já era esperado. Em um mês de quarentena, o Estado do Rio de Janeiro concedeu sessenta medidas protetivas.
Sabemos que a economia mundial sofrerá uma recessão prolongada, obviamente, em virtude da impossibilidade de andamento pelas medidas adotadas no contingenciamento.
O desmatamento na Amazônia em abril de 2020 foi o maior em dez anos.
O governo não conta mais com um Ministro da Saúde em meio da uma pandemia. O que significa que estamos a bordo de um barco à deriva.
O Senado Federal aprovou o adiamento das provas do Enem, possibilitando a "isonomia" entre os candidatos na forma de preparação.
A vacina para a Covid-19 está próxima e estamos aguardando, ansiosamente, por esse dia.
A Cloroquina passou a ser a maior discussão brasileira.
Depois de todos esses fatos, esperemos por botes e coletes salva-vidas para atravessarmos essa tempestade que parou o mundo.
Espere pelo arco-íris, mas espere usando máscara e álcool gel.
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